Em apenas 12 meses, estado perdeu quase 40% da água acumulada; agricultura, pecuária e abastecimento urbano estão em alerta. | Foto: Anderson Barbosa
O volume total de água nos 69 reservatórios monitorados pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn) caiu para 40,29%, ante 66,95% em novembro de 2024, perdendo quase 40% em apenas 12 meses. Do total de 5,29 bilhões de metros cúbicos, apenas 2,13 bilhões permanecem armazenados, sinalizando uma das quedas mais expressivas da última década.
Entre os reservatórios, 30 operam com menos de 20% da capacidade, e 19 estão entre 20% e 40%. Ao todo, 54 barragens não ultrapassam 50% de volume, incluindo as duas maiores do estado:
Alguns açudes apresentam situação crítica. O Itans, em Caicó, tem apenas 0,06% de capacidade, cerca de 49 mil m³, enquanto o Passagem das Traíras, em São José do Seridó, registra o menor índice: 0,03%, equivalente a 17 mil m³. Historicamente afetadas pela seca, as regiões do Seridó e Alto Oeste voltam a enfrentar níveis severos de estiagem.
O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA) indica que, em outubro, 83,83% dos municípios do RN sofreram algum grau de seca. Desse total, 37,13% estavam em seca grave, enquanto apenas 16,17% não registraram seca relativa.
O impacto já é sentido no campo. A Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Faern) classifica o cenário como crítico, destacando prejuízos imediatos: Agricultura de sequeiro: perdas no ciclo produtivo e redução da produtividade devido à irregularidade das chuvas; Fruticultura irrigada: aumento nos custos de bombeamento e gasto de energia para manter a irrigação.
O presidente da Faern, José Vieira, reforça a necessidade de planejamento. “O RN precisa avançar em políticas de gestão da água, protegendo a fruticultura irrigada, garantindo a agricultura familiar e permitindo que a pecuária atravesse a estiagem com menos perdas”.
O Governo do RN reconheceu a situação de seca em 147 municípios em outubro e anunciou ações emergenciais para 2025 e 2026, incluindo:
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