Renan Calheiros
Renan Calheiros lê relatório da CPI da Pandemia – Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A CPI da Covid encerrou, no início da tarde desta quarta-feira (20), a sessão destinada à leitura do parecer apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). No documento, de 1180 páginas, Renan pede indiciamentos envolvendo 68 pessoas e empresas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro. A votação do relatório ficou marcada para a próxima terça-feira, 26. Após essa etapa, as conclusões serão encaminhadas aos órgãos de controle, que poderão abrir processos sobre os supostos crimes apontados.

Renan propõe que Bolsonaro seja responsabilizado pelos seguintes delitos: epidemia com resultado morte; crimes de responsabilidade por proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo; crime de responsabilidade pela violação de direito social; infração de medida sanitária preventiva; charlatanismo; incitação ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; e crimes contra a humanidade nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos.

Presidente volta a atacar CPI da Pandemia

No dia em que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) realizou a leitura do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em que enquadrou o presidente Jair Bolsonaro em crime de responsabilidade por sua postura durante a pandemia, o chefe do Executivo fez novos ataques ao colegiado e disse “não ter culpa de absolutamente nada”.

“Como seria bom se aquela CPI estivesse fazendo algo de produtivo para o nosso Brasil. Tomaram tempo do nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários. Nada produziram, a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós”, disse Bolsonaro, durante cerimônia de lançamento de edital para construção do Ramal do Salgado, um canal do projeto de integração do rio São Francisco.

“Mas nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, acrescentou o presidente, sobre as medidas adotadas pelo governo durante a pandemia, criticadas por especialistas. Em seguida, Bolsonaro fez nova defesa do chamado “tratamento precoce” contra a covid, patrocinado pelo governo mas com ineficaz para vencer a doença, como já provou a ciência.

O chefe do Executivo ainda voltou a dizer que o governo não tem qualquer caso de corrupção, sem considerar as denúncias de irregularidades na compra de vacinas expostas pela CPI, e repetiu que não vai adotar o chamado “passaporte da vacina” no Brasil.