Com o novo piso nacional, famílias potiguares terão maior poder de compra e o comércio local deve sentir efeito direto no consumo. | Foto: Reprodução

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Economia Reajuste do salário mínimo vai injetar R$ 845 milhões na economia do RN em 2026

Salário sobe para R$ 1.621 e aumenta poder de compra de trabalhadores e aposentados; impacto positivo deve se refletir no comércio, serviços e redução da inadimplência

por: NOVO Notícias

Publicado 30 de dezembro de 2025 às 08:29

O aumento do salário mínimo no Brasil, que passa a valer R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026, deve injetar cerca de R$ 845 milhões na economia do RN no próximo ano, segundo estimativas do Instituto Fecomércio RN (IFC). O reajuste, de 6,79% no total, combina a correção da inflação (4,18%) com um aumento real de 2,5%.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aproximadamente 6,9 milhões de brasileiros têm rendimento atrelado ao piso nacional, o que resultará em R$ 81,7 bilhões de incremento de renda em todo o país.

Para o presidente da Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, o efeito será positivo no estado por causa do alto nível de formalidade do mercado de trabalho potiguar. “O RN se beneficia desse aumento porque nos últimos dois anos foram criadas mais de 53 mil vagas com carteira assinada. Além disso, aposentados e pensionistas também vão sentir o impacto no bolso”, explicou, em entrevista à Tribuna do Norte.

Segundo a Federação, parte do recurso extra deve estimular consumo em comércio, serviços e turismo, enquanto outra parcela será usada pelas famílias para regularizar finanças, reduzir dívidas e minimizar gastos com juros.

Poder de compra recuperado em partes

O economista Thales Penha, professor da UFRN, destaca que o aumento real permite que a população recupere o poder de compra de certos produtos. “No RN, cerca de 32% do orçamento familiar é destinado à alimentação. Com a alta nos preços nos últimos anos, muitas famílias precisaram trocar produtos mais caros por alternativas mais baratas. O reajuste do salário mínimo ajuda a recompor esses gastos”, afirmou.

Por outro lado, Penha alerta que o impacto é mais limitado para famílias grandes dependentes de apenas um salário mínimo, especialmente em cidades como Natal, onde serviços essenciais, como transporte, pesam no orçamento. “Mesmo com o aumento, a qualidade de vida dessas famílias ainda é baixa, mas o efeito no consumo é grande, já que quase toda a renda adicional será gasta”.

No âmbito nacional, o Dieese aponta que o reajuste de R$ 103 no salário mínimo terá custo adicional de R$ 39,1 bilhões por ano para a Previdência. O impacto será mais sentido nos municípios, onde cerca de 10,7% dos servidores recebem o piso nacional, índice que sobe para 14,4% no Nordeste.

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