Dívidas Papa Leão XIV lança campanha para arrecadar doações e cobrir déficit do Vaticano

O Papa Leão XIV lançou neste domingo (29) uma nova campanha de arrecadação de fundos para cobrir o déficit estrutural do Vaticano, estimado entre 50 e 60 milhões de euros (aproximadamente R$ 320 a R$ 350 milhões). A iniciativa foi anunciada durante a abertura da festa de São Pedro e Paulo, data tradicionalmente utilizada pela Igreja Católica para solicitar doações dos fiéis.

Durante missa celebrada na Basílica de São Pedro, o pontífice agradeceu aos doadores que já contribuíram com o Pence de Pedro – fundo que sustenta as operações do governo central da Igreja Católica. “O apoio financeiro de vocês é um sinal de união com meu jovem pontificado”, declarou o papa durante a oração do Angelus.

Estratégia digital

Pela primeira vez, o Vaticano adotou uma abordagem mais moderna e próxima do estilo americano para a campanha. A estratégia inclui vídeo promocional, pôster, QR Code e site dedicado que aceita doações via cartão de crédito, PayPal, transferência bancária e envio por correio.

O material promocional apresenta imagens dos primeiros momentos de Leão XIV como papa, incluindo sua aparição na loggia da Basílica de São Pedro logo após a eleição e o momento em que recebeu o anel de pescador. “Com sua doação ao Pence de Pedro, você apoia os passos do Santo Padre. Ajude-o a proclamar o evangelho ao mundo”, diz a mensagem disponível em vários idiomas.

Histórico de problemas

O fundo Pence de Pedro enfrentou turbulências nos últimos anos devido a escândalos financeiros envolvendo má gestão de investimentos pela Secretaria de Estado do Vaticano. Um julgamento recente sobre investimento fracassado em propriedade londrina revelou que a maioria das contribuições financiou déficits orçamentários da Santa Sé, contrariando a crença de muitos fiéis de que o dinheiro seria destinado a iniciativas de caridade papal.

As doações despencaram para 43,5 milhões de euros em 2022 – menor valor desde 1986 – devido aos impactos da pandemia de covid-19 e às revelações dos escândalos. Houve recuperação nos anos seguintes, atingindo 54,3 milhões de euros em 2024, mas ainda insuficiente para cobrir os gastos de 75,4 milhões de euros no mesmo período.

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