O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, confirmou os dois primeiros casos do Brasil de infecção pela variante Ômicron do coronavírus nesta terça-feira, 30. Ambos os casos, em um homem de 41 anos e uma mulher de 37, vindos da África do Sul, foram confirmados pela Secretaria da Saúde paulista. Um terceiro passageiro suspeito de ter se infectado pela cepa é investigado em Guarulhos, enquanto outros dois casos, em Brasília e em Belo Horizonte, também seguem sob análise.

A nova cepa do coronavírus, identificada na última semana na África do Sul, tem colocado autoridades e cientistas em alerta – a Organização Mundial da Saúde (OMS) já citou “risco elevado” com a Ômicron. Diante do alto número de mutações dessa cepa, especialistas temem que ela seja mais transmissível ou drible a proteção oferecida pelas vacinas já produzidas, mas ainda estão em curso estudos para testar essas hipóteses.

O casal cujas amostras deram positivo para a Ômicron desembarcou em Guarulhos no último dia 23, vindo da África do Sul e portando resultado negativo de teste RT-PCR. Dois dias depois, quando retornariam ao país africano, um novo teste realizado no aeroporto deu positivo para o coronavírus. Segundo a Secretaria da Saúde, eles apresentavam apenas sintomas leves da doença e, diante do diagnóstico, foram orientados a permanecerem em isolamento domiciliar.

Segundo a Anvisa, o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde estadual e municipal de São Paulo e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) já foram notificados dos casos para a “adoção das medidas de saúde pública pertinentes”. A agência também frisa que a entrada do passageiro em território nacional, no último dia 23, foi antes da data em que a Organização Mundial da Saúde declarou a Ômicron como uma variante de preocupação, no dia seguinte.

Além dos dois casos confirmados, o Instituto Adolfo Lutz (IAL) também realiza o sequenciamento genético da amostra de um terceiro passageiro, que testou positivo para o coronavírus no domingo, 28, após ter chegado no aeroporto de Guarulhos, vindo da Etiópia. Segundo o governo de São Paulo, ele não apresentava sintomas da doença, mas procurou a testagem por ter visitado a África do Sul. Ele segue em isolamento no município desde o desembarque e é monitorado pela Vigilância Sanitária.

Investigação em Brasília
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou nesta terça-feira, 30, que também investiga se um passageiro que passou pela África do Sul e testou positivo para a covid-19 foi infectado com a variante Ômicron. De acordo com a pasta, o homem já havia tomado três doses da vacina contra a doença, está assintomático e em isolamento desde que chegou a Brasília.

Em nota, a Secretaria afirmou que o passageiro estava no mesmo voo que outro homem que desembarcou no aeroporto de Guarulhos, no fim de semana, e também testou positivo para covid. Segundo a pasta, o paciente que chegou a Brasília tem entre 40 e 49 anos e pegou um voo para a capital federal após desembarcar em Guarulhos. Até o momento não há caso confirmado de infecção pela doença com a variante Ômicron no Distrito Federal.

O homem que vem sendo monitorado fez teste para covid nesta segunda-feira, 29, no Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF). Esse laboratório tem produzido análises para sequenciamento genético da amostra. O prazo para conclusão do exame que vai identificar se o caso é da variante Ômicron é de quatro dias.
“O Cievs-DF (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal) permanece monitorando o caso”, informou a Secretaria.

Suspeita em Belo Horizonte
Ainda na última segunda-feira, 29, a prefeitura da capital mineira também anunciou que investiga um caso suspeito de infecção pela variante Ômicron do coronavírus em uma passageira que desembarcou no município no último dia 28, recém-chegada do Congo. O voo no qual estava embarcada saiu da África no dia 17, data em que ela alega ter apresentado um teste de resultado negativo para a covid-19 antes de sair do país de origem.

A paciente de Belo Horizonte começou a apresentar sintomas da doença no último dia 22. Segundo a prefeitura da capital mineira, a mulher ainda não está vacinada contra o novo coronavírus e foi internada em leito de isolamento antes de ser encaminhada para o Hospital Eduardo de Menezes, no bairro de Bonsucesso, na zona oeste da cidade.