“Está claro que o problema é essencialmente político — ouvimos isso em todas as reuniões que participamos". Foto: Fiern
Roberto Serquiz afirmou que a missão empresarial promovida pela CNI aos Estados Unidos deixou claro que o empresariado brasileiro “tem pressa” na busca de soluções para os impasses econômicos provocados pelo tarifaço
Publicado 8 de setembro de 2025 às 18:30
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, afirmou que a missão empresarial promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos Estados Unidos na semana passada, entre os dias 02 e 04 de setembro, deixou claro para os interlocutores norte-americanos que o empresariado brasileiro “tem pressa” na busca de soluções para os impasses econômicos provocados pelo tarifaço.
Segundo ele, os empresários brasileiros intensificaram esforços para abrir canais de diálogo e discutir alternativas. “Está claro que o problema é essencialmente político — ouvimos isso em todas as reuniões que participamos. Diante da falta de avanços por parte do governo federal, o empresariado decidiu agir por conta própria, pois nós temos pressa”, afirmou Serquiz, que integrou a comitiva ao lado do presidente do Sindipesca/RN, Arimar França.
O dirigente destacou que, embora as restrições impostas pela motivação política do tarifaço sejam evidentes, a missão abriu espaço para negociações técnicas e para a aproximação com o mercado norte-americano, com o objetivo de mostrar os impactos ao consumidor e ao empresário local. “Na ausência de avanços imediatos no campo político, a indústria se apresentou e conseguiu abrir canais relevantes de interlocução”, disse.
De acordo com Serquiz, a meta central foi “construir pontes”. “Com foco no RN, apresentamos nossos argumentos sobre os impactos que os setores mais atingidos — sal e pesca — geram para o mercado americano. Esse é um processo contínuo, fruto da arte do diálogo, sem soluções prontas. Seguimos confiantes nas pontes que estamos construindo”, avaliou.
Ele ainda ressaltou a importância dos escritórios de lobby nos Estados Unidos, contratados por empresários brasileiros, para dar continuidade às articulações. “Eles têm agora a informação e o canal conosco de alimentação permanente, que pode ajudar na busca de entendimentos comerciais”, afirmou.
Durante os três dias da missão, os empresários tiveram encontros com a Embaixada brasileira, com a US Chamber – que é a maior federação empresarial do país; com o Parlamento, no Capitólio, e participou de audiência sobre a Seção 301, no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos. Houve ainda o Diálogo Empresarial Brasil-EUA e painéis setoriais sobre os impactos das tarifas e as estratégias conjuntas.
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