Em uma operação sigilosa conduzida pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha, foi transferido da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A ação ocorreu no mês passado e faz parte de uma estratégia do governo para enfraquecer lideranças do crime organizado no país. A informação sobre a transferência foi divulgada pela imprensa nacional nesta segunda-feira (8).
Considerado uma das figuras mais influentes da antiga facção Amigos dos Amigos (ADA) e um dos maiores traficantes do Brasil, Nem está preso no sistema federal desde setembro de 2011. Ele permanecia no Paraná desde outubro de 2023, até a nova movimentação determinada pela Senappen.
Atualmente, Nem é ligado ao Terceiro Comando Puro (TCP), embora não ocupe nenhum posto de liderança dentro da organização criminosa. O ex-chefe do tráfico na Rocinha cumpre uma pena que soma 96 anos de prisão.
A unidade federal de Mossoró também abrigou, até março de 2024, o traficante Fernandinho Beira-Mar, liderança do Comando Vermelho, transferido após a fuga de dois detentos que gerou reestruturações internas no presídio.
Vida dentro do sistema prisional
Mesmo após 13 anos atrás das grades, Nem manteve um perfil discreto. Segundo dados obtidos pelo portal Metrópoles, ele concluiu o Ensino Médio por meio do EJA e participou do Enem 2023, mas não conseguiu aprovação em nenhuma universidade.
Outro dado que chama atenção é o pouco envolvimento com atividades de leitura: em mais de uma década preso, Nem leu apenas cinco livros — uma média de um livro a cada dois anos e meio. Entre eles está A Cabana, de William P. Young, obra que narra a trajetória de um pai devastado pela perda da filha e sua jornada emocional após receber um misterioso bilhete que o leva a uma experiência transformadora.
A transferência de Nem da Rocinha reforça o movimento nacional de constante remanejamento de presos de alta periculosidade, prática adotada para desarticular possíveis comandos internos e fragilizar a atuação de facções dentro e fora das penitenciárias federais.
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