Foto: MPRN/Divulgação

Cotidiano

Resposta Certa MPRN investiga fraude em concurso público no interior do RN

Mandados de busca foram cumpridos em João Câmara (RN) e em Pernambuco. Ex-dirigente da Câmara é suspeito de favorecer parentes e aliados em concurso público

por: NOVO Notícias

Publicado 10 de julho de 2025 às 08:49

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou, nesta quinta-feira (10), a Operação Resposta Certa para investigar um suposto esquema de fraude no concurso público da Câmara Municipal de João Câmara, no interior do RN. A ação teve apoio da Polícia Militar e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em João Câmara (RN) e na cidade de Timbaúba (PE), onde funciona a empresa responsável pelo certame.

A investigação do MPRN aponta indícios de favorecimento ilícito envolvendo um ex-dirigente da Câmara Municipal, que teria beneficiado candidatos com vínculos familiares e políticos. Entre os aprovados nas primeiras colocações estão a filha e o genro do ex-gestor, além de pessoas que ocupavam cargos comissionados na Prefeitura ou na própria Câmara na época do concurso.

O caso começou a ser apurado após denúncia feita à Ouvidoria do MPRN, relatando irregularidades nos resultados do concurso público. O órgão identificou um “padrão atípico” de aprovação, com candidatos ligados ao ex-gestor obtendo notas elevadas.

Os crimes investigados incluem fraude em concurso público, advocacia administrativa e falsidade ideológica. Há suspeita de acesso antecipado a provas ou gabaritos, além de manipulação de notas.

Segundo o MPRN, o ex-dirigente também é suspeito de mentir oficialmente ao negar parentesco com candidatos aprovados, o que pode configurar falsidade ideológica.

A Justiça autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra oito alvos, incluindo o ex-gestor, candidatos aprovados e a empresa organizadora do concurso. Foram apreendidos documentos, celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos. A Justiça também autorizou a extração de dados mesmo com senha, para aprofundar a investigação.

A operação contou com sete promotores do MPRN, um do MPPE, 28 policiais militares do RN e 8 de Pernambuco. O caso segue sob segredo de Justiça.

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