Educação Mossoró faz história e aplica Enem PPL pela primeira vez dentro de um Escritório Social

Mossoró se tornou o primeiro município do Brasil a aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) dentro da sede de um Escritório Social. As provas acontecem nesta terça-feira (16) e quarta-feira (17), das 12h30 às 20h, no equipamento mantido pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Cidadania e Juventude (Semasc).

Ao todo, 33 egressos do sistema prisional participam desta edição do exame no município. São pessoas que já deixaram o regime fechado, mas ainda cumprem pena em regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica, ou em regime aberto, com prisão domiciliar.

A aplicação ocorre de forma sigilosa, seguindo todas as normas do Ministério da Educação (MEC). As provas chegam lacradas pelos Correios e não há divulgação durante o período de realização.

Educação como recomeço

De acordo com a equipe do Escritório Social, o Enem PPL é uma ferramenta de reinserção social, ao permitir acesso ao ensino superior e também a remissão de pena. Em alguns casos, a participação e o desempenho no exame podem reduzir o tempo de condenação.

A assistente social Júlia Matoso destaca que a educação é um dos principais caminhos para o resgate da cidadania dos egressos. Segundo ela, há casos de participantes que ingressaram na faculdade por meio da nota do Enem e conseguiram até seis meses de redução da pena.

A diretora do Escritório Social, Pabla Pascoal, explica que o Enem PPL é aplicado anualmente em todo o país, em datas diferentes do Enem regular. A iniciativa de Mossoró rompe um padrão nacional ao levar a prova para dentro de um equipamento social, fora das unidades prisionais.

Entre os participantes está Geneilson Pereira, egresso que fez o Enem PPL em 2023. Ele relata que a experiência foi decisiva para enxergar novas possibilidades após deixar o sistema prisional e retomar projetos de vida por meio do estudo.

Tags

• Educação
• RN