Dados são do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde - Foto: Pixabay
Força Nacional do SUS estará preparada para atender a essas cidades com até 150 centros de hidratação de até 100 leitos cada, totalizando investimento de R$ 300 milhões
Publicado 9 de abril de 2025 às 10:00
Para reduzir casos graves e óbitos, o Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (8), novas ações de enfrentamento à dengue, em apoio aos estados e municípios mais críticos, com foco inicial em 80 cidades prioritárias. São municípios com alta transmissão da doença ou número de casos em ascensão e com mais de 100 mil habitantes. Na lista consta apenas uma cidade do Rio Grande do Norte: Natal. Regiões populosas têm maior possibilidade de sobrecarga assistencial. Já no primeiro momento, a Força Nacional do SUS estará preparada para atender a essas cidades com até 150 centros de hidratação de até 100 leitos cada, totalizando investimento de R$ 300 milhões.
Esses espaços são destinados ao acolhimento e à hidratação – oral ou venosa – de pacientes com dengue, para evitar agravamentos e internações. Podem ser instalados em UBS ou UPA, em espaços adaptáveis como auditórios, bibliotecas, refeitórios ou em estruturas temporárias como tendas, contêineres e galpões. A Força Nacional do SUS já realizou mais de 3,6 mil atendimentos em São José do Rio Preto (SP) , município que lidera o ranking de maior número de casos da doença. Santarém (PA), Amapá, Macapá e Santana (AP), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cuiabá e Várzea Grande (MT), Breves (PA) e Viamão (RS) também receberam missões.
O ministro Alexandre Padilha ressaltou a significativa redução dos casos de dengue em 2025, em comparação com 2024 . “Diante desse cenário, estamos priorizando a atuação em 80 municípios onde hoje há maior pressão sobre os serviços de saúde. Estamos preparados para apoiar com reorganização da rede assistencial e foco na redução de casos graves e óbitos. A Força Nacional do SUS está à disposição desses municípios”, declarou.
“Nosso segundo foco é garantir que os demais estados e municípios do país não baixem a guarda. A redução de casos e óbitos não é motivo para interromper a vigilância, a mobilização e o acolhimento das ações. Já atendemos 100% das demandas por insumos feitas por estados e municípios e vamos continuar vigilantes”, complementou Padilha.
As 80 cidades prioritárias também vão receber apoio do Ministério da Saúde para elaborar estratégia de expansão da cobertura vacinal, com ações como busca ativa de não vacinados, monitoramento dos estoques e garantia do abastecimento. Além disso, 16 cidades passarão a ofertar a vacina da dengue pela primeira vez: Itaituba (PA), Botucatu (SP), Loanda (PR), Conchas (SP), Promissão (SP), Querência do Norte (PR), Mirandópolis (SP), Cruzeiro do Sul (AC), Curitiba (PR), Espírito Santo do Pinhal (SP), Monte Santo (BA), Rancharia (SP), Lins (SP), Redenção (PA), Santa Cruz de Monte Castelo (PR) e Novo Progresso (PA).
Os Agentes Comunitários de Saúde, fundamentais no controle da dengue, terão um novo guia com orientações para a busca ativa de pessoas com sintomas e que não se vacinaram, além de demais ações preventivas.
“Com as vacinas disponíveis hoje, sabemos que a dengue pode ser uma doença grave. Por isso, estamos lançando quatro diretrizes fundamentais para garantir assistência rápida, evitar agravamentos e, principalmente, óbitos”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde , Mariângela Simão. “O que mais nos preocupa neste momento são os óbitos. Como médica, afirmo: todo óbito por dengue, em princípio, é evitável. Tivemos uma redução no número de mortes em comparação ao mesmo período de 2023 — foram 2.500 óbitos a menos no primeiro trimestre —, mas ainda assim já somamos 430 mortes confirmadas neste ano. Desses, 305 ocorreram em São Paulo, 34 no Paraná e 32 em Minas Gerais”, destacou Mariângela.
Outra ação para o controle do mosquito será a distribuição por parte do Ministério da Saúde de 1.260 equipamentos de UBV portáteis até o fim de abril para utilização em bloqueio de surtos, permitindo maior alcance no interior dos domicílios e superando barreiras físicas, como muros e paredes. “Até o fim de abril, entregaremos esses equipamentos de ultrabaixo volume para bloqueio de surtos em todo o país. Esses equipamentos permitem borrifar dentro das casas e quintais, atuando de forma mais ágil no controle do mosquito”, disse.
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias