Lula e Milei divergiram publicamente sobre a crise na Venezuela durante a Cúpula do Mercosul. | Foto: Reprodução

Economia

Mercosul Milei confronta Lula no Mercosul e elogia pressão dos EUA sobre a Venezuela

Presidente argentino defende postura dura de Trump, enquanto Lula alerta que intervenção militar seria catástrofe humanitária

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de dezembro de 2025 às 19:11

O presidente da Argentina, Javier Milei, se posicionou publicamente contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR). Milei elogiou a pressão exercida pelos Estados Unidos sobre a Venezuela e defendeu uma postura mais dura contra o governo de Nicolás Maduro.

Em discurso, o presidente argentino afirmou que a Venezuela enfrenta uma crise política e humanitária profunda. Segundo ele, a atuação do governo norte-americano, sob liderança de Donald Trump, representa um caminho necessário para pressionar o regime venezuelano.

Milei declarou que a Argentina apoia a pressão dos Estados Unidos para, segundo suas palavras, libertar o povo venezuelano. Para o presidente argentino, abordagens moderadas em relação ao tema estariam esgotadas.

As declarações ocorreram poucas horas após Lula adotar posição oposta na abertura do encontro. O presidente brasileiro afirmou que uma eventual intervenção armada dos Estados Unidos na Venezuela seria uma catástrofe humanitária e um precedente perigoso para a ordem internacional.

Visões opostas sobre a crise venezuelana

No discurso de abertura da Cúpula, Lula alertou que os limites do direito internacional estão sendo testados. Ele defendeu que ações militares agravariam a situação humanitária no país vizinho e trariam riscos para toda a região.

As falas de Lula e Milei evidenciam divergências entre Brasil e Argentina sobre como lidar com a crise venezuelana. Enquanto o governo brasileiro defende o diálogo e a diplomacia, o presidente argentino adota um discurso de apoio à pressão internacional.

O embate ocorre em meio ao aumento da tensão entre os Estados Unidos e o governo de Nicolás Maduro. Desde agosto, Washington tem ampliado sua presença militar no Caribe.

Inicialmente, a Casa Branca justificou a movimentação como parte de operações de combate ao tráfico internacional de drogas. O cenário, no entanto, tem gerado preocupação entre países da América do Sul.

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