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Mundo Menino brasileiro mutilado em escola de Portugal inicia terapia enquanto investigações avançam

Família denuncia falta de apoio das autoridades portuguesas e prepara queixa ao Ministério Público; criança teve dois dedos amputados após agressão no banheiro

por: NOVO Notícias

Publicado 18 de novembro de 2025 às 14:36

O menino brasileiro de 9 anos que perdeu as pontas de dois dedos dentro de uma escola pública em Cinfães, no distrito de Viseu, em Portugal, começou nesta semana o acompanhamento psicológico recomendado após o acidente. O caso, ocorrido em 10 de novembro, é investigado pela Inspeção-Geral da Educação, que abriu processo formal. A direção do Agrupamento de Escolas de Souselo também conduz um inquérito interno.

A mãe da criança, Nívia Estevam, de 27 anos, afirma que ainda não recebeu contato do Ministério da Educação de Portugal, da escola ou dos responsáveis pelos alunos envolvidos. Segundo ela, o único apoio oficial veio do Consulado do Brasil no Porto, que ofereceu assistência jurídica e psicológica. A família prepara uma queixa ao Ministério Público e avalia medidas sobre possível responsabilidade civil da escola.

O ferimento ocorreu quando, segundo relato do menino, duas crianças fecharam a porta do banheiro sobre seus dedos, impedindo que ele saísse para pedir ajuda. A mãe conta que foi avisada pela escola de que se tratava de um “acidente leve”, mas encontrou o filho com a mão ensanguentada. Na ambulância, recebeu as partes amputadas dos dedos, que não puderam ser reimplantadas após cirurgia no Hospital de São João, no Porto.

A família relata que o menino já havia sofrido outras agressões na escola, como puxões de cabelo e chutes. Todos os episódios agora integram a investigação. Com medo após a repercussão do caso, os pais deixaram a cidade e estão hospedados temporariamente na casa de parentes, enquanto procuram um novo local para morar. O menino segue afastado da escola e da internet, passando por rotina de curativos e tratamento emocional.

Nívia, que descobriu estar grávida um dia antes do acidente, diz que a prioridade é a recuperação do filho. “Só quero que cuidem do trauma dele, que ele volte a brincar e ser criança”, relatou à RFI.

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