Secretário de Segurança Pública, coronel Francisco Araújo - Assecom/Gov RN
Desde março, ações integradas das forças de segurança do Rio grande do Norte mostram resultados. Mas autoridades reforçam que o combate ao crime organizado é contínuo e complexo
Publicado 1 de dezembro de 2025 às 15:00
Desde março, o bairro Mãe Luíza, na Zona Leste de Natal, é foco de ações intensivas das forças de segurança do Rio Grande do Norte. Prisões, apreensão de armas e munições e bloqueios financeiros marcam o combate ao crime organizado, mas autoridades alertam que o combate é diário e exige planejamento, inteligência e integração entre órgãos.
No último dia 26, a Operação Farol da Justiça prendeu 16 pessoas e bloqueou R$ 72 milhões ligados a facções criminosas da Zona Leste. “A operação envolveu 324 agentes da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Polícia Científica e do Ministério Público, cumprindo mandados em Natal, região metropolitana e outros estados, como Paraíba, São Paulo e Santa Catarina”, explicou o secretário de Segurança Pública, coronel Francisco Araújo.
Paralelamente, desde 7 de novembro, a Operação Mãe Luíza Segura reforça a presença policial com barreiras itinerantes, patrulhamento constante e ações de inteligência. Em 18 dias, foram presos17 suspeitos, incluindo três com mandados em aberto. Foram apreendidas armas, drogas, coletes, veículos roubados e materiais usados por facções. “Não se trata apenas de números, mas de garantir tranquilidade aos moradores”, afirmou o diretor da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), delegado Joacir Rocha.
Segundo o coronel Araújo, o combate ao crime organizado vai além da repressão imediata. “São ações contínuas da Polícia Militar, integradas ao trabalho da Guarda Municipal e da Polícia Civil, com apoio do Ministério Público. O objetivo não é apenas prender criminosos, mas garantir o funcionamento da comunidade, como escolas e postos de saúde”.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alarico Azevedo, destacou que conhecimento do terreno e planejamento detalhado são essenciais. “A operação é permanente. Mantemos o efetivo normal de patrulhamento e reforços especializados. Antes de qualquer ação mais intensa, estudamos a área para proteger todos”, disse, reforçando que não houve mortes de civis, policiais ou suspeitos desde o início das operações.
Até agora, as operações resultaram em: 33 suspeitos presos, 45 armas e mais de 50 quilos de drogas apreendidas, 32 veículos recuperados e o bloqueio de R$ 73 milhões de recursos das facções. Entre os itens apreendidos estão duas carabinas .40, quatro pistolas, sete coletes balísticos, 147 munições, maconha, cocaína, crack, haxixe, veículos clonados e motocicletas adulteradas. Acampamentos criminosos em dunas de Mãe Luíza, Centro de Convenções e Via Costeira foram desmontados.
“O objetivo é enfraquecer a base econômica das facções e reduzir armas, logística e recursos das organizações criminosas. É um trabalho contínuo, que exige dedicação e inteligência”, afirmou Azevedo.
Operações interestaduais
A presença das facções em outros estados exigiu atuação integrada. Prisões foram cumpridas em Santa Catarina, São Paulo e Paraíba, mostrando a dimensão nacional das organizações criminosas. “O alcance nacional das facções mostra a importância da integração entre órgãos estaduais e federais”, explicou Azevedo.
Além disso, a Operação Território Seguro, iniciada em 15 de outubro nos bairros da Zona Oeste de Natal, avança em sua segunda fase, com foco no enfraquecimento das facções na capital. Até agora, 32 suspeitos foram presos, e bloqueios judiciais de aproximadamente R$ 1 milhão foram realizados para impedir que recursos financiem armas, drogas e veículos usados no crime.
Cotidiano da comunidade
Apesar das ações, o cotidiano de Mãe Luíza segue afetado pela presença das facções. “Estamos atuando para que crianças frequentem escolas, trabalhadores exerçam suas funções e o comércio funcione normalmente”, afirmou Araújo.
A segunda fase das operações também prevê envolvimento de políticas sociais, incluindo programas de educação, saúde e aproveitamento de espaços urbanos. “A integração entre segurança pública e políticas sociais é essencial para resultados duradouros. Não se trata de ação pontual”, reforçou Rocha.
Desafios e perspectivas
Para autoridades e moradores, os resultados são visíveis, mas ainda insuficientes para eliminar a sensação de insegurança. “Mãe Luíza é um exemplo de como enfrentamos desafios complexos no RN: repressão imediata, coordenação institucional, presença policial e políticas sociais estruturadas caminham juntas”, disse Araújo.
Segundo Rocha, a eficácia das operações depende de repressão contínua, planejamento estratégico e acompanhamento social. “Onde houver confronto, tráfico ou ameaça à sociedade, a polícia intervirá rapidamente”, afirmou.
Próximos passos
O comando da PM reforça que o objetivo é manter a presença policial e enfraquecer permanentemente a estrutura das facções. “A operação atua em pontos de alto risco e busca reduzir armas, logística e recursos das organizações criminosas. É um trabalho contínuo, que exige dedicação e inteligência”, completou Azevedo.
Enquanto isso, Mãe Luíza segue sob vigilância constante, com policiamento reforçado e ações integradas que incluem planejamento estratégico, patrulhamento, repressão financeira e programas sociais. As autoridades reforçam que o combate ao crime organizado é permanente e exige coordenação entre diferentes forças de segurança e órgãos comunitários.
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