Em vídeo, Wendell Lagartixa contou que irmão foi preso por estar portando uma arma. Foto: Reprodução
Em vídeo, Wendell Lagartixa contou que irmão foi preso por estar portando uma arma. Foto: Reprodução

O policial militar da reserva Wendel Fagner Cortez de Almeida, conhecido como Wendel Lagartixa, vai ficar preso na Bahia. Após audiência de custódia, o juiz Leonardo Coelho Bomfim, da comarca de Vitória da Conquista (BA), decidiu pela manutenção da prisão preventiva.

Segundo a decisão juiz, Wendel Lagartixa deverá cumprir a custódia em uma unidade militar da comarca de Vitória da Conquista ou de Salvador.

A prisão dele ocorreu a última sexta-feira (10), em Vitória da Conquista, após a descoberta de uma arma ilegal no veículo em que estava viajando. Ele ficou custodiado em uma unidade prisional de Vitória da Conquista. Além da arma, o policial reformado também investigado pelo crime de fraude processual.

“Dessa forma, existindo, no momento, motivos para a custódia cautelar processual em relação ao flagranteado acima nominado, MANTENHO a prisão preventiva anteriormente decretada pelo Juízo Plantonista em desfavor de WENDEL FAGNER CORTEZ DE ALMEIDA. Expeça-se mandado de Prisão Preventiva em desfavor de WENDEL FAGNER CORTEZ DE ALMEIDA caso ainda não tenha sido levado a efeito”, escreveu o juiz no despacho.

A audiência de custódia foi feita no Núcleo de Prisão em Flagrante (NPF) do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), na mesma cidade, por volta das 17h

No último sábado (11), após análise do caso da apreensão da arma, o plantão judiciário do Tribunal de Justiça da Bahia havia convertido a prisão em flagrante em liberdade provisória.

No entanto, após comunicação entre o Grupo de Atuação Especial Operacional de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público da Bahia (MPBA) e o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o Judiciário decidiu reconsiderar a libertação do policial reformado.

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O juiz Eduardo Ferreira Padilha decretou a prisão preventiva após receber as informações do histórico de inquéritos abertos contra Wendel Lagartixa. O pedido de prisão foi fundamentado na possibilidade “diante do risco concreto de reiteração delitiva”.

“Sem entrar no mérito acerca de outros supostos delitos cometidos pelo autuado, temos que o mesmo, OBJETIVAMENTE, embora tenha cumprido suas penas em 2021, ainda não se passaram os 5 anos de forma a afastar sua REINCIDÊNCIA específica. Assim sendo, há necessidade de decretação da prisão preventiva do investigado como garantia da ordem pública, diante do risco concreto de reiteração delitiva”, detalhou o magistrado.

De acordo com o Relatório Técnico de Análise (RTA) 295/2024, emitido pelo MPRN, Wendel Fagner Cortez de Almeida é apontado como um indivíduo perigoso, com histórico de conduta voltada para a prática de crimes, sendo temido até mesmo por seus familiares.

Segundo o MPRN, Wendel Fagner Cortez é conhecido no cenário potiguar “pela suspeita de orientar, planejar, auxiliar e matar pessoas sobre as quais recaia algum tipo de suspeita de envolvimento com delitos, como roubos, furtos, tráfico e uso de drogas”.

O documento cita diversas investigações, como a participação de Lagartixa na Operação Hecatombe, deflagrada em 2013, quando ele foi denunciado por formação de milícia particular, com características de grupo de extermínio. A ação penal está atualmente na fase de instrução criminal.

A Operação Hecatombe foi deflagrada pela Polícia Federal para desarticular um grupo de extermínio composto por policiais militares e civis suspeitos de crimes de homicídio na Grande Natal.

A defesa de Wendel Lagartixa aponta que o Ministério Público da Bahia quanto o juiz de plantão foram induzidos ao erro pelas informações repassadas pelo Ministério Público potiguar.

Prisão de Wendell Lagartixa ocorreu após mudança de versão 

A prisão foi decretada após a Polícia Rodoviária Federal encontrar uma arma de fogo de uso restrito no carro em que Wendel viajava para o Rio Grande do Sul com seu irmão e um amigo. A prisão aconteceu na sexta-feira (10), por volta das 10h50, na cidade baiana de Vitória da Conquista.

Os policiais rodoviários federais abordaram o veículo do policial reformado, com quatro ocupantes. Durante a abordagem, foi questionado se estariam armados, e um dos ocupantes, um cabo da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, afirmou que estava com uma pistola. A arma pertencente à Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

Já Wendel Lagartixa mencionou a presença de outra arma no interior do carro, encontrada no banco traseiro, sob uma bolsa. Após busca, constatou-se que a arma de fogo encontrada estava irregular, sendo uma pistola calibre 40.

No decorrer da abordagem, Wendel admitiu inicialmente a posse da arma, porém, ao ser informado de que o caso seria apresentado ao delegado, passou a afirmar que a arma pertencia ao seu irmão, motorista do veículo, contando com o apoio dos demais ocupantes para corroborar sua versão.

Com as contradições dos ocupantes do veículo, autoridade policial concluiu que Wendel estava portando a arma, manipulando a situação para atribuir a posse ao seu irmão, o que resultou na ratificação da prisão.

No entanto, Wendel contesta a versão policial, alegando que a arma pertencia ao seu irmão e não a ele. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o policial militar reformado se queixou da abordagem policial e menciona possíveis perseguições políticas vindas do Rio Grande do Norte. Apesar de ter inicialmente afirmado que a arma era sua, Wendel teria mudado sua versão ao receber a informação de que o fato seria comunicado ao delegado de plantão.

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