Mundo Israel mira líder do Hezbollah em ataque aéreo nos arredores de Beirute

Israel realizou um ataque aéreo neste domingo (23) em Haret Hreik, subúrbio ao sul de Beirute, mirando um dos principais comandantes militares do Hezbollah. O bombardeio ocorre apesar de um cessar-fogo firmado há um ano entre os dois lados, com mediação dos Estados Unidos.

Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o alvo era o chefe de gabinete do grupo libanês alinhado ao Irã. Fontes israelenses e libanesas apontam que se tratava de Ali Tabtabai, considerado peça-chave na estrutura militar do Hezbollah.

Tabtabai está na lista de sanções dos Estados Unidos desde 2016, quando Washington o classificou como líder de alto escalão e passou a oferecer recompensa de até US$ 5 milhões por informações que levassem a ele.

Pelo menos quatro pessoas morreram no ataque e cerca de 20 ficaram feridas, segundo equipes médicas que atenderam às vítimas. O Hezbollah não comentou o caso até o momento, e ainda não há confirmação oficial se Tabtabai foi atingido.

Moradores relataram ter ouvido o sobrevoo de aviões de guerra antes da explosão, que atingiu uma via principal da região. O impacto fez famílias deixarem suas casas temendo novos ataques.

Reação no Líbano e justificativa de Israel

Após o bombardeio, o presidente libanês, Joseph Aoun, pediu à comunidade internacional que intervenha para conter as ofensivas israelenses e evite uma escalada do conflito.

Israel, por sua vez, afirmou que segue comprometido com os termos do cessar-fogo, mas continuará a agir para “garantir sua segurança”. A porta-voz do governo, Shosh Bedrosian, declarou que o país não permitirá que o Hezbollah “reconstrua sua força” no território libanês.

Questionada sobre eventual consulta prévia aos Estados Unidos, Bedrosian afirmou que Israel age “de forma independente”.

Escalada após meses de relativa estabilidade

Desde o acordo de cessar-fogo, Israel vinha realizando ataques quase diários contra depósitos de armas, posições e combatentes do Hezbollah no Líbano. Contudo, investidas direcionadas a líderes de alto escalão são raras desde novembro de 2024, o que aumenta o peso político e militar do ataque deste domingo.

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