Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A inadimplência entre as famílias de Natal recuou para 37,8% em agosto de 2025, registrando queda de 2,3 pontos percentuais na margem e de 10,9 pontos percentuais em relação a agosto de 2024, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. De acordo com o Instituto Fecomércio RN (IFC), ainda que o movimento mostre sinais de recomposição da capacidade de pagamento — impulsionado por renda, emprego e renegociações — o nível de endividamento permanece alto: 83,8% das famílias tinham dívidas a vencer no mês, totalizando cerca de 226.031 lares.
A análise do IFC aponta que a sequência de quedas anual e mensal indica melhora da capacidade de ajuste das famílias, seja por renda, renegociação ou mudança de mix de crédito. Ao mesmo tempo, a fatura do cartão continua sendo um vilão: disciplina no orçamento segue como a palavra de ordem.
O levantamento aponta outras variáveis que explicam o quadro local: o atraso médio nas contas é de 42,6 dias, o prazo médio das dívidas é de 7,7 meses e 34,1% da renda familiar está comprometida com pagamentos. No recorte por renda, famílias com até 10 salários mínimos apresentam endividamento de 85,8% — patamar que concentra maior risco e limita espaço para choques de preços ou juros.
O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, destaca que, apesar do avanço, cada ponto percentual equivale a aproximadamente 2,7 mil famílias, o que mantém a necessidade de monitoramento contínuo das condições de renda e do comportamento do crédito, sobretudo no estrato até 10 salários-mínimos. “Com inadimplência recuando e renda comprometida elevada, o consumo tende a migrar para itens essenciais e praças com mais competição de preço; bens duráveis podem reagir seletivamente, condicionados a prazo e parcelamento”, explica.
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