Foto: Agência Brasil
Proposta do Ministério da Justiça prevê novo tipo penal, banco de dados nacional e ampliação dos mecanismos de investigação contra facções criminosas
Publicado 23 de outubro de 2025 às 07:55
O governo federal apresentou um novo projeto de lei que endurece as punições contra o crime organizado no país. Chamado de Projeto Antifacção, o texto foi encaminhado nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil.
A proposta cria o crime de “organização criminosa qualificada”, com pena de até 30 anos de prisão. O objetivo é agravar as penas para lideranças e integrantes de facções, além de reforçar a capacidade investigativa do Estado.
“Fizemos o possível para dar uma resposta nesse momento. O Estado precisa estar mais organizado do que o crime”, afirmou Lewandowski, destacando que o projeto atualiza a Lei das Organizações Criminosas, em vigor desde 2013.
Entre as principais medidas do projeto está a criação de um banco de dados nacional com informações detalhadas sobre membros de facções, incluindo nome, pseudônimo, endereço, documentos e até DNA. O sistema será compartilhado entre todas as forças de segurança do país.
“Todos os agentes saberão se alguém pertence ao crime organizado”, explicou o ministro.
O projeto prevê ainda novas estratégias de investigação, como:
Essas medidas visam enfraquecer financeiramente as facções e permitir uma atuação mais ágil das autoridades.
O texto propõe elevar a pena do crime de organização criminosa simples, de 3 a 8 anos, para 5 a 10 anos de prisão.
Nos casos qualificados — como aliciamento de menores, participação de servidores públicos, uso de armas de fogo restritas ou domínio territorial — a pena poderá ser aumentada de dois terços ao dobro.
O crime de organização criminosa qualificada também passará a ser considerado hediondo, tornando-se inafiançável.
Lewandowski ressaltou que o domínio de comunidades por facções está ligado à ausência do Estado. Segundo ele, o governo prepara um projeto piloto de retomada de territórios, combinando ação policial e políticas sociais.
“Não será apenas pela força física, mas pela extrusão dos invasores e pela chegada dos serviços públicos”, afirmou.
O ministro reconhece que o aumento das penas, isoladamente, não é solução suficiente, mas acredita que o projeto trará efeito de dissuasão.
“A pessoa pensará duas vezes. Talvez não os líderes, mas os membros de menor hierarquia saberão que a pena será bastante agravada”, concluiu.
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