Com fluxo médio de 6 mil veículos/dia, a BR-304 é um dos principais corredores logísticos do Nordeste. Foto: Sandro Menezes/Arquivo Assecom GovRN
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes confirmou a empresa mossoroense Construtora Luiz Costa como a responsável pela obra de duplicação; PRF já registrou 337 acidentes e 22 mortes na rodovia em 2025
Publicado 1 de dezembro de 2025 às 14:30
O Ministério dos Transportes deve homologar, até 30 de dezembro, a Construtora Luiz Costa como responsável pela duplicação e ampliação de capacidade da BR-304. A empresa potiguar, com sede em Mossoró, ficará com as obras que abrangem o trecho entre as cidades Mossoró e Paraú.
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que a documentação da empresa, primeiro lugar na licitação, está em análise. A previsão é que a ata do processo seja concluída até 15 de dezembro. Depois disso, serão abertos os prazos recursais. A homologação será finalizada até o fim do mês.
As melhorias têm como objetivos principais aumentar a fluidez do tráfego, garantir mais segurança viária e promover o desenvolvimento regional. De acordo com o Observatório Nacional de Transporte e Logística (ONTL), as obras devem gerar aproximadamente 5,5 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda. A expectativa é de que a obra seja iniciada em janeiro de 2026.
O valor proposto pela empresa é de aproximadamente R$ 367 milhões. O prazo para execução do Lote 1B, entre Mossoró e a entrada da RN-233 (Paraú), será definido após a homologação.
A BR-304 registra fluxo médio diário de 6 mil veículos. A via é um dos principais corredores logísticos do Nordeste, utilizada para o escoamento de produtos agrícolas e industriais, além do transporte de passageiros. A rodovia conecta Mossoró, Lajes e Parnamirim e se integra às BRs-101 e 116.
As intervenções devem fortalecer a economia das regiões atendidas pela estrada, com impacto direto sobre a competitividade das cadeias produtivas. Pequenas e médias empresas situadas ao longo do traçado também devem ser beneficiadas pelo aumento da atividade econômica.
Na área de influência de Mossoró e Assú está concentrada grande parte da produção de frutas e de sal marinho do estado, dois itens relevantes das exportações potiguares.
Construída na década de 1960, a BR-304 tem 409 quilômetros de extensão, sendo 289 em território potiguar. A estrada liga Parnamirim ao entroncamento com a BR-116, no Ceará.
O projeto foi incluído pela governadora Fátima Bezerra no Novo PAC como uma das obras prioritárias do estado. O edital foi lançado após autorização ambiental emitida pelo Idema em julho.
O anúncio de que o governo federal havia assegurado a obra ocorreu no fim de setembro, durante reunião da governadora com a direção do DNIT, em Brasília. Na ocasião, a gestão estadual destacou a importância da duplicação para o tráfego de cargas e para a integração regional.
Ainda segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os outros lotes que compõem a duplicação se encontram na fase final de elaboração de projetos. O planejamento divide a obra em segmentos específicos ao longo da via. A estimativa é que o valor total da duplicação seja de R$ 1 bilhão.
O Lote 1A compreende o trecho do quilômetro 0 ao 48,8, localizado na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará, em Mossoró. Já o Lote 1C abrange a extensão do quilômetro 106,4 ao 148,5, situado na entrada da RN-233, no município de Angicos. Outro segmento em fase de projeto é o Lote 2A, que vai do quilômetro 148,5 ao 183,5, na entrada da BR-104, também em Angicos. Por fim, o Lote 2C cobre a área entre os quilômetros 219,5 e 242, localizado entre as cidades de Caiçara do Rio do Vento e Riachuelo.
Acidentes em 2025
Entre janeiro e fevereiro deste ano, a rodovia federal BR-304 registrou 337 acidentes. Essas ocorrências resultaram em um total de 22 mortes e 31 feridos graves, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal.
O município de Mossoró concentra a maior parte dos registros de acidentes na rodovia. A lista de cidades com maior incidência inclui ainda Macaíba, Angicos, Assu, Parnamirim, Itaú e Lajes. A grande maioria dos casos ocorre em pistas simples e em trechos retos da estrada.
As causas mais comuns estão ligadas ao comportamento dos motoristas. O levantamento aponta que condutores deixaram de manter distância do veículo da frente ou acessaram a via sem observar o tráfego. A ingestão de álcool e reações tardias ou ineficientes também figuram entre os motivos frequentes.
Os tipos de acidentes mais recorrentes são as colisões transversais, traseiras e frontais, além de tombamentos. As ocorrências envolvem, na maioria das vezes, entre duas e cinco pessoas. Os episódios acontecem tanto em plena noite quanto durante o dia, geralmente sob céu claro ou chuva.
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