Família diz que operário potiguar está preso injustamente no RJ no lugar do irmão
Os irmãos Waelinton Gonçalves dos Santos e Wando Gonçalves dos Santos – Foto: Reprodução

A família do operário da construção civil, Waelinton Gonçalves dos Santos, está revoltada com sua prisão no Rio de Janeiro. Segundo eles, Waelinton foi confundido com seu irmão, Wando Gonçalves dos Santos, que cometeu uma série de crimes na capital potiguar há 8 anos, utilizando o nome do parente.

Após 45 dias de encarceramento em São Gonçalo, a defesa de Waelinton afirma que ele é inocente dos delitos de roubo, porte de arma e homicídio. Enquanto isso, o verdadeiro culpado, Wando, permanece em liberdade.

Waelinton, de 33 anos, foi detido durante o horário de almoço, enquanto trabalhava em uma empresa de construção civil em São Conrado. Sua esposa, Micheli Santos, expressa profunda tristeza diante da situação injusta. Ela ressalta que o marido sempre foi um homem trabalhador, um pai exemplar e um bom esposo, nunca tendo se envolvido em atividades ilícitas.

Confusão

De acordo com informações trazidas pelo portal G1, o advogado da família, Diego Moreira Saldanha, explicou que o verdadeiro Waelinton se mudou para o Rio de Janeiro em janeiro de 2015 — e no mês seguinte já estava empregado com carteira assinada.

Nessa época, segundo Diego, Wando estava preso, após roubar uma farmácia de Natal em outubro de 2014 — mas ele se identificou como Waelinton. Foi solto em maio de 2015.

“É impossível uma pessoa ficar presa no Rio Grande do Norte e ao mesmo tempo estar trabalhando aqui, formalmente, formalmente, no Rio de Janeiro”, destacou o advogado.

Em agosto de 2015, o Waelinton real mudou de emprego no RJ, também de carteira assinada. Dez dias antes, em julho, um suspeito que se identificou como Waelinton foi baleado num confronto com policiais em Natal, depois de uma tentativa de roubo junto com outros três menores. Ele conseguiu fugir do hospital e nunca foi formalmente identificado.

O terceiro crime foi um homicídio, que aconteceu no fim de agosto — e Waelinton, no Rio, estava em lua de mel.

“O Waelinton se casou no dia 20 de agosto de 2015. Como é que uma pessoa em lua de mel sai do RJ, vai até o RN, comete um homicídio e retorna para a sua cidade?”, questionou Diego.

Alvarás de soltura

Ainda de acordo com o veículo de comunicação, depois que Waelinton foi preso, no mês passado, a defesa entrou com recurso pedindo que ele fosse solto. O juiz do processo do homicídio a princípio negou. Mas depois de uma manifestação favorável do Ministério Público, a prisão foi revogada, no último dia 27.

No processo a que ele responde pelo porte de arma ilegal, o juiz reconheceu que a pessoa presa na ocasião, que depois fugiu, não foi identificada — e determinou outro alvará de soltura para Waelinton, no último dia 23.

“Estamos aguardando questões burocráticas, porque ele se encontra preso no RJ, mas as ações tramitam no RN”, disse o advogado.

A Justiça potiguar foi questionada, mas, até a última atualização da reportagem, ainda não havia uma resposta.