Foto: MPRN

Polícia

Investigação Esquema de corrupção: ex-prefeito de município do interior do RN e sobrinho são investigados

De acordo com as investigações, o Ministério Público apurou que o sobrinho do ex-gestor movimentou cerca de R$ 11 milhões em cinco anos, valor considerado incompatível com os rendimentos de servidor público

por: NOVO Notícias

Publicado 12 de novembro de 2025 às 09:28

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou, nesta quarta-feira (12), a operação “Uncle”, que tem como alvo um ex-prefeito de Doutor Severiano, empresários e um servidor público — sobrinho do ex-gestor. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão pessoal, domiciliar e empresarial em cidades do Rio Grande do Norte e do Ceará. Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos R$ 121 mil em espécie na casa do ex-prefeito.

De acordo com as investigações, o Ministério Público apurou que o sobrinho do ex-gestor movimentou cerca de R$ 11 milhões em cinco anos, valor considerado incompatível com os rendimentos de servidor público. Ele é apontado como um dos principais operadores do esquema, atuando como “laranja” para dissimular a origem e o destino dos recursos, que teriam sido repassados a familiares do ex-prefeito e a uma empresa de laticínios ligada ao grupo.

A operação teve como objetivo coletar provas sobre indícios de crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A ação contou com o apoio da Polícia Militar do RN e do Ministério Público e da Polícia Civil do Ceará, sendo coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRN).

Os mandados foram cumpridos simultaneamente nas cidades potiguares de Doutor Severiano e Pau dos Ferros, e nos municípios cearenses de Fortaleza e Jaguaribe. Uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma de fogo no Ceará.

Segundo o MPRN, a investigação tem como foco contratações realizadas pelo Município de Doutor Severiano durante a gestão do ex-prefeito, que teriam sido usadas para desviar recursos públicos por meio de empresas de fachada. O Ministério Público afirma que os aportes financeiros recebidos pelo servidor investigado coincidiam com pagamentos efetuados pela prefeitura às empresas envolvidas.

A operação “Uncle” é resultado de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) conduzido pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ). Foram apreendidos documentos, computadores, celulares e outros materiais que agora serão analisados pelo Gaeco/MPRN.

No total, participaram da ação três promotores de Justiça, 14 servidores do MPRN, 24 policiais militares potiguares e 22 policiais civis cearenses.

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