O NOVO Notícias declara apoio incondicional à revisão do Plano Diretor de Natal.

Marcar uma nova época Natal através da construção de uma cidade é algo emblemático. É impossível permanecer com um Plano Diretor que arrastou a capital potiguar para o atraso. O atual regramento municipal é obra da gestão do ex-prefeito Carlos Eduardo. Coube a ele bancar o travamento da cidade, levando os investimentos imobiliários para cidades vizinhas. Parnamirim, a mais beneficiada, era berço político do ex-prefeito de Natal, Agnelo Alves, a época em que o Plano Diretor de Natal foi aprovado pela câmara municipal.

A cidade passou a conviver com restrições absurdas e a ter em suas paisagens, sob argumento de proteção, prédios pela metade, terrenos baldios abandonados e áreas de proteção que poderiam ser aproveitadas para o lazer restritas até ao uso consciente.

A restrição pela restrição adoece uma cidade. Ela é a assinatura do atestado de incompetência, da incapacidade de planejamento. Ou é isso, ou algo muito mais mesquinho há por trás de quem condena uma cidade linda como Natal ao ostracismo desenvolvimentista de suas paisagens.

Além de proibir o crescimento ordenado, a “não edificância” como bandeira é, de fato, a imposição de crescimento desordenado de áreas periféricas. Quem travou a cidade deveria ter se preocupado em permitir o crescimento horizontal, onde ainda havia espaço, com serviços essenciais garantidos. Asfalto, saneamento, estrutura de escolas e unidades de saúde. Mas como investir nessas áreas em crescimento se não há aumento de receita em virtude da estagnação da cidade? Isso precisa acabar.

As discussões sobre a modernização urbana e a pluralidade de projetos fazem o espaço urbano ser muito mais do que suas ruas e prédios construídos.

É preciso ser vigilante para que segmentos intelectuais engajados nas políticas galgadas na ideologia ecológica não façam das suas preocupações o ponto principal das formulações de regras para o novo Plano Diretor. Não podemos tomar o crescimento a base de utopias.

O Urbanismo e a Arquitetura, como campos de saber ou como projeções sociais, serão os marcos dos horizontes de expectativa compartilhados por diversos segmentos da sociedade acerca das possibilidades futuras de Natal. Com isso extravasam seu caráter de disciplinas acadêmicas e assumem o papel absoluta relevância para o nosso futuro.

Nos próximos dias o NOVO Notícias acompanhará de perto o processo de envio das novas regras do Plano Diretor para a Câmara Municipal, e nela acompanhará as discussões e votação. O jornal defenderá uma posição clara a respeito do momento que vive a capital Potiguar. E espera testemunhar o futuro e o desenvolvimento, bem diferentes do que aconteceu de 2007 até hoje.