Segundo Alexandre Mota, a interlocução com o Ministério da Saúde tem sido positiva. Foto: Divulgação

Segundo Alexandre Mota, a interlocução com o Ministério da Saúde tem sido positiva. Foto: Divulgação

Cotidiano

Saúde Daniela Freire: “Verdadeiro legado é a interiorização da saúde”, diz Alexandre Motta

Em entrevista à jornalista Daniela Freire, o secretário estadual de Saúde detalhou os avanços em cidades como Mossoró e rebateu acusações de abandono. “A realidade presente é incomparável com o passado”, garante Motta

por: Daniela Freire, do NOVO Notícias

Publicado 29 de outubro de 2025 às 08:00

O secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Alexandre Motta, afirmou que o principal legado da gestão da governadora Fátima Bezerra na área da saúde é a “verdadeira interiorização” do setor no estado. Em entrevista à jornalista Daniela Freire, ele detalhou os avanços em cidades como Mossoró e rebateu acusações de abandono. “A realidade presente é incomparável com o passado”, garante Motta.

“A saúde em Mossoró evoluiu bastante durante todo o Governo Fátima. Reabrimos e equipamos o Hospital da Polícia, construímos e colocamos para funcionar em sua plenitude o Hospital da Mulher e estabelecemos a linha de cuidado do infarto”, disse o secretário, acrescentando que o número de leitos de UTI na região saltou de nove para 74.

Segundo ele, a gestão quase dobrou o número de leitos de UTI em todo o estado, passando de 161 antes de 2019 para 294 leitos próprios, além dos contratados. Ele também destacou a implantação da linha de cuidado do infarto em todos os 167 municípios, que já salvou mais de 720 vidas, e a expansão das cirurgias eletivas, com quase 100 mil procedimentos realizados no ano passado.

Sobre a superlotação no Hospital Walfredo Gurgel, Motta afirmou que a situação “já melhorou muito em relação ao passado”, devido a uma melhor gestão do giro de leitos, mas que a unidade ainda é a principal porta de entrada para traumas e emergências do interior.

Ele finalizou reforçando que a interlocução com o Ministério da Saúde tem sido positiva, garantindo recursos para a implantação de novos serviços, como o pleno funcionamento do Hospital da Mulher em Mossoró.

Leia a entrevista completa, com dados e aspectos gerais apontados pelo secretário sobre esse setor aqui no Estado:

Dani Freire: Secretário, o senhor precisou gravar um vídeo e publicá-lo nas redes sociais explicando a situação da Saúde em Mossoró. Há a acusação de que o Governo abandona a cidade nesse aspecto. Como está, hoje, a Saúde em uma das principais cidades do nosso Estado?

Alexandre Motta: A saúde em Mossoró evoluiu bastante durante todo o Governo Fátima. Reabrimos e equipamos o Hospital da Polícia, que estava fechado no início do seu governo. Hoje é o principal equipamento de cirurgias ortopédicas da região Oeste. Também construímos e colocamos para funcionar em sua plenitude o Hospital da Mulher, que hoje é a principal porta materno-infantil de casos de alto risco na região Oeste. O Hospital da Mulher é um equipamento de altíssima qualidade só comparável a alguns hospitais privados do Estado. Também estabelecemos a linha de cuidado do infarto com trombolíticos em Mossoró, que tem salvo muitas vítimas da fase aguda do infarto. Essa linha está bem estabelecida por todo o estado e já salvou mais de 720 pessoas ao longo do seu período de instalação.

Dani Freire: Quais avanços o senhor poderia nos apresentar a respeito da Saúde em Mossoró?

Alexandre Motta: Também aumentamos muito a linha de realização de cirurgias eletivas em toda a região, o que diminuiu a fila de espera nesse quesito. Associado a isso, saímos de nove leitos de UTI no início do Governo Fátima para 54 leitos somente em Mossoró, mais os leitos de UTI em Assu (10) e Pau dos Ferros (10). Além da ampliação do SAMU para toda a região, em fase final de instalação, com 100% de cobertura no Estado. Quando a gente compara, percebe-se claramente que a realidade presente é incomparável com o passado.

Dani Freire: Em que aspectos o Governo Fátima Bezerra melhorou a Saúde do Rio Grande do Norte nesses últimos anos, incluindo a sua gestão e a anterior?

Alexandre Motta: O principal legado apontado é a verdadeira interiorização da saúde no Estado, com hospitais de excelência funcionando em Pau dos Ferros, Mossoró, Assu, Caicó, Currais Novos e região metropolitana. A comparação entre os números atuais do Governo Fátima e os anteriores evidencia essa transformação. Os leitos de UTI no Estado foram quase duplicados, com aumento e qualificação dos leitos de retaguarda em 8%. Em 2019, o Estado contava com 1.819 leitos clínico-cirúrgicos, sem leitos de estabilização ou pronto-socorro. Em 2024, o total passou para 1.947 leitos, sendo 1.719 clínico-cirúrgicos, 60 de estabilização e 168 de pronto-socorro. O número de leitos de UTI passou de 161 antes do Governo Fátima para 294 atualmente, incluindo os leitos próprios e os contratados: 10 do Memorial, 20 do Rio Grande e 10 do Wilson Rosado, além dos cofinanciados pelo TCTF. A Linha do Infarto foi estabelecida em todo o Estado, com equipamento de eletro em cada uma das 167 cidades, supervisionadas por telemedicina, oferecendo diagnóstico de infarto de forma imediata. Os pacientes são transferidos para unidades onde existem medicamentos trombolíticos. Os números de infarto diminuíram em todo o Estado, com mais de 720 vidas salvas. A linha de cuidado do AVC isquêmico está sendo aberta em Pau dos Ferros, já funciona no Walfredo Gurgel em Natal, e será implementada em breve no Hospital Tarcísio Maia e no Hospital de Caicó. O número de cirurgias eletivas realizadas no ano passado também aumentou significativamente, chegando a quase 100 mil cirurgias, com redução considerável da fila em algumas áreas. A linha de cirurgias ortopédicas também se expandiu, sendo realizada em Pau dos Ferros, Mossoró, Assu, Macaíba, Parnamirim e Natal.

Dani Freire: Ainda há muitas críticas envolvendo falta de medicamentos em hospitais públicos do Estado e na Unicat (Unidade Central de Agentes Terapêuticos), que funciona como distribuidora de remédios de alto custo. A que se deve esse tipo de situação e o que a Secretaria de Saúde do Estado tem feito para combater a falta de medicamentos?

Alexandre Motta: A dificuldade da Unicat é a dificuldade financeira pela qual passa a gestão do Estado e, por conseguinte, a gestão da Sesap. Tem-se buscado junto à Secretaria da Fazenda equilíbrio dos repasses de forma a realizar pagamentos dos fornecedores e equilibrar a entrega dos medicamentos.

Dani Freire: O senhor tem publicado diversos vídeos no seu perfil no Instagram para desmentir informações falsas, às vezes divulgadas até mesmo por parlamentares. Tem dado certo esse tipo de enfrentamento? Como o senhor analisa a divulgação de desinformação sobre a saúde?

Alexandre Motta: A verdade liberta. Essa frase não é minha, ela é bíblica; mas a única forma de enfrentar as inverdades é apresentar a verdade em todos os seus aspectos. A grande vantagem é que, antes, a mentira falava sozinha. Essa postura da Sesap em apresentar os dados das suas ações tem se verificado como extremamente positiva nas redes sociais.

Dani Freire: Secretário, e como está o Walfredo Gurgel? Ainda no enfrentamento da superlotação? Recentemente foi inaugurada uma unidade especialmente para AVC. Que outras melhorias o senhor poderia apontar?

Alexandre Motta: A superlotação do Walfredo tem diminuído na medida em que houve uma melhora na gestão do giro de leitos por parte da direção com os hospitais de retaguarda, tanto na rede pública, como o João Machado, como na rede privada, como o Paulo Gurgel, o Hospital Rio Grande e o Memorial, com a Barreira Ortopédica, que esvaziou as cirurgias ortopédicas de baixa e média complexidade. Porém, o Walfredo ainda é a grande porta de entrada para as emergências de trauma e eventuais emergências que ocorram na parte clínica de cidades do interior. Já melhorou muito em relação ao passado, mas ainda tem muito a ser construído dentro da perspectiva de redução da sua lotação.

Dani Freire: Na sua avaliação, secretário, qual o maior legado que a governadora Fátima Bezerra poderá deixar para a Saúde do RN?

Alexandre Motta: O grande legado da gestão Fátima na saúde é a completa interiorização da Saúde através dos centros hospitalares de excelência que estão sendo montados em Pau dos Ferros, Mossoró, Assu, Caicó, Currais Novos e São José de Mipibu, e da Policlínica a ser inaugurada em Canguaretama.

Dani Freire: Para terminar, secretário, como está a interlocução entre Ministério da Saúde e Sesap? Há avanços nessa relação?

Alexandre Motta: A interlocução com o Ministério tem sido bastante positiva, garantindo reforço de recursos para a implantação de novos serviços, como, por exemplo, o pleno funcionamento do Hospital da Mulher em Mossoró. O Ministério tem sido parceiro nesses avanços observados na nossa gestão, e pretendemos continuar avançando nessa parceria de forma a garantir mais e melhores condições de funcionamento dos nossos hospitais.

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