Foto: Divulgação
Segundo Idris Saldanha, diretor comercial do Viver Saúde e profissional com mais de duas décadas de experiência em operadoras como Humana Saúde, Unimed Natal e Amil, o momento exige reflexão e responsabilidade
Publicado 15 de dezembro de 2025 às 10:31
O mercado de saúde suplementar no Rio Grande do Norte atravessa um momento decisivo. Nos últimos anos, as principais operadoras em atuação no Estado têm avançado em processos de verticalização; modelo no qual a própria operadora controla hospitais, clínicas, laboratórios e fluxos internos de atendimento. Embora o objetivo seja reduzir custos e racionalizar despesas, o movimento tem produzido efeitos diretos na experiência do consumidor potiguar.
Em Natal, assim como em outras capitais brasileiras, a verticalização vem sendo acompanhada por críticas recorrentes. Os especialistas apontam para desafios que incluem conflito de interesses, direcionamento de atendimento, redução da liberdade de escolha e risco de saturação dos serviços próprios; problemas que se tornam mais evidentes em mercados de menor porte, onde poucas operadoras concentram grande parte da rede assistencial.
Outro ponto sensível é o impacto sobre prestadores independentes. Clínicas e hospitais não pertencentes às operadoras enfrentam barreiras competitivas significativas, o que reduz a diversidade de serviços e dificulta a manutenção de um ecossistema equilibrado.
O cenário potiguar é ainda mais complexo. O mercado acompanha atentamente o rombo financeiro da Hapvida, a polêmica da cobrança pro rata da Unimed Natal, e a crescente percepção entre beneficiários de que muitos planos têm funcionado quase exclusivamente como segurança hospitalar, dada a dificuldade de acesso à atenção ambulatorial. Paralelamente, a chegada e consolidação do Viver Saúde se destacam como um movimento de renovação, trazendo ao consumidor uma proposta mais transparente e centrada na relação com a rede credenciada.
Segundo Idris Saldanha, diretor comercial do Viver Saúde e profissional com mais de duas décadas de experiência em operadoras como Humana Saúde, Unimed Natal e Amil, o momento exige reflexão e responsabilidade. O grande desafio do setor hoje é restabelecer a confiança do beneficiário, devolvendo a ele o direito de escolher, de ter previsibilidade e de encontrar atendimento qualificado sem barreiras artificiais. Num mercado que passa por transformações profundas, a transparência e o diálogo são fundamentais, destaca o executivo.
Para Saldanha, a discussão não deve se limitar ao modelo operacional, mas envolver o impacto real na vida das pessoas. O beneficiário não quer entender de verticalização, sinistralidade ou custo regulatório. Ele quer ser atendido, quer acesso, quer um profissional qualificado disponível quando precisa. E isso precisa voltar a ser prioridade.
Com um ambiente de mudanças aceleradas, tensões regulatórias e novos players em ascensão, o mercado de saúde suplementar do RN se encontra diante de um ponto de inflexão.
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