Eduardo Bolsonaro e Alexandre ramagem estào nos Estados Unidos. Fotos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Eduardo Bolsonaro e Alexandre ramagem estào nos Estados Unidos. Fotos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Política

Perdeu Câmara cassa os mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

As decisões foram tomadas no âmbito da Mesa Diretora, por atos administrativos assinados pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sem votação em plenário, e publicadas em edição extra do Diário da Câmara.

por: Com informações de O Globo

Publicado 18 de dezembro de 2025 às 18:05

A Câmara dos Deputados cassou, nesta quinta-feira (18), os mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As decisões foram tomadas no âmbito da Mesa Diretora, por atos administrativos assinados pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sem votação em plenário, e publicadas em edição extra do Diário da Câmara.

No caso de Eduardo Bolsonaro, a Mesa declarou a perda do mandato com base no artigo 55 da Constituição. A decisão afirma que o deputado perdeu o cargo “por ter deixado de comparecer, na presente sessão legislativa, à terça parte das sessões deliberativas da Câmara dos Deputados”, o que autoriza a cassação automática por ato administrativo . O parlamentar está fora do país há meses e é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por ter articulado, nos Estados Unidos, sanções contra autoridades brasileiras, incluindo ministros da Corte.

Com a decisão, assume a vaga o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP).

Já Alexandre Ramagem teve o mandato cassado em decorrência da condenação no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. Em decisão separada, a Mesa “declara a perda do mandato do Deputado Delegado Ramagem, nos termos do artigo 55, III e § 3º, da Constituição Federal” . Com a vacância, assume a cadeira o suplente Dr. Flávio (PL-RJ), atual secretário do governo do Rio de Janeiro.

Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão, o que inviabiliza o exercício do mandato parlamentar.

Os despachos foram assinados por Motta e pela maioria dos integrantes da Mesa Diretora e encaminhados à Secretaria-Geral da Mesa para publicação oficial. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, foi comunicado da decisão e criticou o desfecho. Em publicação nas redes sociais, afirmou tratar-se de “uma decisão grave, que lamentamos profundamente e que representa mais um passo no esvaziamento da soberania do Parlamento”.

Nos bastidores, aliados de Motta afirmam que a opção por resolver o caso no âmbito da Mesa buscou evitar o prolongamento do embate institucional entre a Câmara e o Supremo Tribunal Federal. A avaliação é que a manutenção dos mandatos ampliaria a tensão com a Corte e exporia a Casa a novos questionamentos jurídicos, especialmente no caso de Eduardo Bolsonaro, que segue sob investigação por sua atuação internacional contra o Judiciário brasileiro.

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