Investigação “Bombado do elevador” presta queixa em delegacia por agressão e acusa agentes penais. Seap investiga

O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos, preso por tentativa de feminicídio contra a ex-namorada, prestou queixa na Delegacia de Plantão da zona Norte de Natal sobre suposta agressão sofrida dentro da Cadeia Pública de Ceará-Mirim, onde está preso desde sexta-feira (1º).

O “bombado do elevador” — como ficou conhecido — afirmou que ao chegar à Cadeia Pública teria sido levado a uma cela isolada, onde ficou algemado e nu e teria sido agredido por policiais penais com murros, chutes, cotoveladas e com uso de spray de pimenta.

Ainda segundo o depoimento, os agentes penais disseram que Igor havia “chegado no inferno” e o aconselharam a se matar.

A Secretaria da Administração Penitenciária (Seap) emitiu nota sobre o ocorrido na qual informa que está investigando a ocorrência. “A Coordenadoria da Administração Penitenciária e a Ouvidoria do Sistema Penitenciário se deslocaram para unidade prisional com o objetivo de averiguar os fatos e acompanhar o interno para registro de ocorrência na Delegacia de Plantão da Polícia Civil e exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia”, diz a nota da Seap.

Por conta da queixa que foi prestada, o caso também será investigado pela Polícia Civil. Além disso, a Corregedoria do Sistema Prisional também foi acionada para apurar possíveis excessos cometidos pelos agentes de segurança da unidade.

A defesa havia pedido que Igor ficasse em uma sala isolada por segurança. Segundo a Seap, a Cadeia Pública de Ceará-Mirim não tem cela individual. Igor foi preso em flagrante e teve a detenção convertida em prisão preventiva ao passar por audiência de custódia, no último fim de semana. Ele estava no centro de triagem da Seap até sexta (1º) quando foi transferido para Cadeia Pública de Ceará-Mirim.

Ele foi preso após dar mais de 60 socos na ex-namorada dentro de um elevador. As imagens da tentativa de feminicídio chocaram e causaram revolta nacionalmente.

Sexta-feira passada, Juliana Soares, a vítima, passou por cirurgia de restauração facial no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol). A cirurgia foi considerada um sucesso, mas os médicos não descartam a necessidade de novas intervenções.

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