Bolsonaro diz que mexeu na tornozeleira após surto ligado a medicamentos. | Foto: Wilton Júnior/Estadão
Ex-presidente disse em audiência que efeitos de remédios psiquiátricos provocaram confusão mental antes de manipular o equipamento de monitoramento
Publicado 23 de novembro de 2025 às 14:38
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante audiência de custódia neste domingo (23), em Brasília, que manipulou sua tornozeleira eletrônica após sofrer um episódio de “paranoia” e “alucinação” supostamente provocado pela combinação de medicamentos psiquiátricos. Ele negou qualquer intenção de fuga.
A oitiva foi conduzida pela juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações do InfoMoney.
De acordo com a ata da audiência, Bolsonaro relatou que estava usando Pregabalina e Sertralina, prescritas por médicos distintos, e que a interação entre os remédios teria causado alterações perceptivas, falta de sono e sensação de que havia uma “escuta” dentro da tornozeleira. Ele disse ter tentado abrir a tampa do equipamento por acreditar nessa falsa percepção.
O ex-presidente afirmou que não lembra de ter passado por surto semelhante anteriormente e mencionou que tomou um dos medicamentos cerca de quatro dias antes da prisão.
Segundo o documento, Bolsonaro começou a mexer na tornozeleira na tarde de sexta-feira (21), usando um ferro de solda que tinha em casa. Ele declarou ter interrompido a ação por volta da meia-noite, quando “caiu na razão”, e avisou os agentes responsáveis pelo monitoramento. Familiares e um assessor estavam na residência, mas, segundo Bolsonaro, não perceberam o ocorrido.
Ele também afirmou que não tinha intenção de romper o equipamento nem de fugir. Disse ainda que a cinta que prende a tornozeleira permaneceu intacta e que a vigília convocada por seu filho Flávio, marcada para ocorrer a cerca de 700 metros da casa, não teria ligação com qualquer plano de saída.
Ao final da audiência, a juíza manteve a prisão preventiva ao considerar regular a decisão anterior de Alexandre de Moraes. Bolsonaro estava em prisão domiciliar e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal após o sistema detectar possível violação do equipamento.
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