A falta de documentação adequada é um dos principais motivos para a demora na partilha de bens e para disputas entre herdeiros. Entenda como a regularização preventiva evita prejuízos, reduz litígios e traz segurança jurídica às famílias.
Publicado 8 de dezembro de 2025 às 18:45
Quando um imóvel está irregular — seja por ausência de matrícula, divergência de área, construção não averbada ou pendências administrativas — o problema não afeta apenas a venda ou a valorização. Ele afeta diretamente a dinâmica familiar, especialmente quando chega o momento do inventário.
Em todo o Brasil, milhares de famílias enfrentam conflitos, atrasos, bloqueios judiciais e prejuízos financeiros porque os bens deixados por seus entes queridos não estão regularizados. E, ao contrário do que muitos imaginam, o inventário não conserta irregularidades: ele apenas transfere aquilo que já existe no registro, inclusive erros.
Por isso, a regularização imobiliária se tornou uma ferramenta essencial para prevenir conflitos familiares, agilizar inventários e garantir que cada herdeiro receba o que é seu por direito.
Resolver questões familiares envolvendo imóveis costuma ser um dos maiores desafios após o falecimento de um ente querido. Embora muitos imaginam que o inventário dependa apenas do processo judicial ou do cartório, a verdade é que a regularidade dos imóveis do espólio é o elemento que mais impacta o tempo, custo e a tranquilidade da partilha.
Segundo pesquisas recentes do mercado imobiliário, mais de 40% dos imóveis urbanos no Brasil apresentam algum grau de irregularidade. Esse cenário, quando levado para um inventário, se transforma em um terreno fértil para conflitos.
Esses imóveis irregulares travam inventários, por diversos motivos, trazemos alguns exemplos abaixo:
Matrículas desatualizadas ou inexistentes
Sem matrícula regular, o bem não pode ser partilhado com segurança.
Construções não averbadas
O valor do imóvel não reflete a realidade, gerando disputa entre os herdeiros.
Imóveis com pendências fiscais
Débitos prejudicam a avaliação e impedem a transferência.
Registros inconsistentes
Indicações erradas de área, confrontantes ou proprietários tornam impossível avançar no inventário.
Documentos divergentes entre cartório e prefeitura
Exigem retificações que, se não feitas antes, atrasam meses — ou anos — o procedimento.
Ou seja, quando um imóvel não está formalizado corretamente, surge incerteza sobre propriedade, valor, deveres e direitos. Em famílias, isso costuma resultar em:
Discussões sobre quem é realmente o proprietário;
Dificuldade para calcular o valor real do bem;
Impedimentos para venda ou divisão;
Discordância entre herdeiros sobre quem deve arcar com custos de regularização;
Inventários que ficam parados por anos;
Prejuízos financeiros, como perda de oportunidades de venda.
Muitas vezes, um imóvel irregular impede não apenas o avanço da partilha, mas também o acesso dos herdeiros ao patrimônio que já é deles por direito.
Assim, a regularização imobiliária — quando feita de forma técnica e estratégica — organiza o patrimônio antes que o conflito se instale. Isso acontece porque ela:
A matrícula é o “RG do imóvel”. Se está desatualizada, confunde direitos e gera disputas. Uma matrícula regular previne questionamentos e dá segurança para todos.
Imóveis irregulares normalmente têm valor de mercado reduzido. Regularizar antes do inventário preserva e até aumenta o patrimônio da família.
Cartórios e juízes exigem documentos completos. Se o imóvel está irregular, o procedimento fica suspenso até a regularização.
A estratégia jurídica define qual o melhor tipo de regularização: judicial, extrajudicial, REURB, usucapião, retificação, averbação, registro de compra e venda, entre outros.
Com informações claras, transparentes e jurídicas, herdeiros tomam decisões com menos emoção e mais racionalidade.
6. Reduz conflitos entre herdeiros
Quando todos sabem qual é o valor real do patrimônio e qual a situação jurídica de cada imóvel, a tomada de decisões se torna objetiva, diminuindo ressentimentos e discussões.
Um inventário feito sobre imóveis irregulares pode ser questionado futuramente, gerando insegurança e retrabalho.
Imóveis regularizados facilitam a escolha pelo procedimento em cartório — muito mais rápido do que o judicial.
Imóveis regularizados podem ser vendidos imediatamente, muitas vezes por valores maiores, permitindo que herdeiros tenham liquidez para resolver pendências ou dividir quotas de forma equilibrada.
É comum encontrar famílias com inventários suspensos por mais de uma década simplesmente porque o imóvel não está regular.
Costumeiramente nos deparamos com casos comuns em que a regularização faz toda diferença:
Inventários que permanecem abertos por 5, 10 ou até 20 anos.
Herdeiros que brigam por divergência no valor do imóvel.
Matrículas antigas com confrontantes inexistentes.
Imóveis que não podem ser vendidos porque há exigências pendentes no cartório.
Bens que existem fisicamente, mas não existem juridicamente.
A regularização devolve clareza patrimonial e abre caminho para uma partilha rápida, justa e pacífica.
Famílias que organizam a documentação ainda em vida — ou que contam com assessoria especializada logo no início do inventário — conseguem:
Reduzir o tempo do inventário em até 70%;
Evitar disputas entre irmãos e parentes;
Diminuir custos tributários e cartorários;
Vender ou dividir o imóvel com segurança;
Resguardar o patrimônio familiar para a próxima geração.
Um imóvel regularizado é mais do que um bem organizado: é símbolo de paz familiar e planejamento responsável.
Logo, recomenda-se o acompanhamento de assessoria jurídica especializada sempre que houver:
Imóveis sem matrícula;
Construção não averbada;
Escrituras antigas nunca registradas;
Terrenos com divisão verbal entre familiares;
Imóveis comprados sem contrato formal;
Inventário parado ou travado por pendências documentais.
A regularização não é burocracia: é estratégia para proteger famílias e valorizar patrimônio.
A atuação preventiva do advogado especialista em direito imobiliário permite:
Diagnosticar a situação jurídica de cada imóvel.
Mapear irregularidades e estimar prazos e custos.
Definir se o inventário pode ser extrajudicial.
Realizar retificações, averbações e atualizações de forma técnica.
Evitar que a família perca tempo e dinheiro com caminhos inadequados.
Quando o patrimônio está regular, o inventário deixa de ser um processo doloroso e burocrático para se tornar um procedimento organizado, transparente e eficiente.
Se você precisa entender a situação jurídica de um imóvel ou preparar sua família para um inventário seguro, busque orientação profissional especializada. A regularização adequada evita prejuízos e garante uma partilha tranquila e justa.
Se tiver dúvidas sobre nosso artigo ou quiser conversar a respeito, entre em contato conosco: contato@camaraenagib.adv.br ou https://camaraenagib.adv.br/
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