O que os olhos não enxergam, a maternidade sente.

O que os olhos não enxergam, a maternidade sente.

Deixa eu começar te fazendo algumas perguntas:

Quem vai ao mercado comprar a alimentação da família?

Quem lava e passa todas as roupas, incluindo o uniforme para aula dos filhos?

E presente de aniversário para os amigos, quem vai comprar?

Quem verifica se a criança precisa de roupas porque está crescendo e aquela blusa ou camiseta não dá mais e vai comprar?

Quem verifica se não tem ou está acabando perfume, shampoo, creme, remédios e vai comprar?

Quem leva para o esporte?

Quem vai para o shopping, leva ao cinema, paga todo o lazer, inclusive o estacionamento?

E o conserto do eletrodoméstico, vasilhas e itens necessários, quem verifica tudo isso e manda organizar?

Eita, o uniforme da criança deu um rasgãozinho aqui, quem vai costurar? e a barra da calça?

Além disso, existem situações, onde há rede de apoio, uma pessoa para auxiliar nos afazeres domésticos e cuidado, entretanto, quem vai direcionar tudo isso?

Digo mais, quem sempre é secretária do lar ou babá? Hummm, já deu pra entender que o ato do cuidar, na maioria das vezes, recai sobre a mulher né?

Mas, você parou para refletir quanto tempo a mulher utiliza do cotidiano dela para o cuidado? E não, não confunda amor incondicional com essa dedicação compulsória, não remunerada, mais conhecida como, CAPITAL INVISIVEL INVESTIDO NA MATERNIDADE.

Lembremos que as horas de cuidado com um filho têm um custo que não se enxerga, sendo pago pela mãe.

Assim, é óbvio que não se pode sobrecarregar ainda mais a genitora que, diante da cultura machista, é predominantemente responsável pelo pleno desenvolvimento das crianças.

Neste caso, observe que o tempo investido na criação do filho representa um “capital invisível” que, no contexto atual em que vivemos, é desproporcionalmente imputado a mãe.

Se você parar para analisar, normalmente, em casos onde os pais não convivem mais juntos, em regra, a maior parte do tempo, a mulher é a responsável pelos filhos.

Ao considerarmos o mais comum, os filhos ficam com o pai apenas nos finais de semana alternados, contabilizando 4 dias por mês.

Quem paga por isso? Ainda há quem diga que uma pensão serve para satisfazer “luxo” das mães.

O capital invisível deve ser questionado na pensão alimentícia e, mais uma vez, o dever do cuidar não deve ser confundido com amor incondicional.

O poder judiciário deve se atentar mais a esse capital na hora de aplicar os valores da pensão alimentícia, mas, tudo começa pelo olhar da mãe e dos profissionais que vão auxilia-la.

Por fim, vamos falar sobre dois mitos:

PAI NÃO AJUDA, cumpre obrigações para com os filhos.

As atividades domésticas devem ser partilhadas de forma proporcional, considerando a vida do casal. 

Portanto, amor tem valor, mas, o cuidar, o tempo dedicado e as funções, tem um preço que só a mãe paga, na maioria das vezes, devendo ser partilhado.

Se você tiver alguma dúvida, estou à disposição pelo perfil no instagram @rafaelacamaras.