Daniel Néri sabe que precisa vencer o ABC para espantar a desconfiança. Foto: Canindé Pereira

Não que seja o fim do mundo ou ainda a extinção das chances do América no brasileiro. Não é isso. Até porque será apenas a 3ª rodada da Série “D”. Só que se comparando o cenário atual, a obrigação da vitória é muito mais do América do que do ABC.

Não é só pela derrota por 3×0 para o Campinense. Não é só pelo péssimo estadual. Não é só pela quantidade de jogadores já contratados em 2021. Não, é por tudo isso junto e outras coisas mais.

Pra começo de conversa o América está em seu 5º ano disputando a “D”. Só isso já é um peso danado para qualquer clube. Apostas erradas e falta de convicção no trabalho é algo recorrente nesses anos. Houve acertos? Sim, mas como a maré não ajuda e o objetivo principal (acesso) não é alcançado, termina que cai no esquecimento.

Paulinho Kobayashi, último a disputar uma “D” com o América, não teve sucesso. Veio Evaristo Piza, esse muito mais questionado a cada jogo ou confronto. Nesse espaço de tempo entre 2020 e 2021, vários jogadores mantidos. Alguns pela qualidade reconhecida. Outros pela carência em peças para substituir e outros porque realmente não tinha grana para as rescisões. Assim é o futebol.

Mas pra que esse arrodeio todo? Simples! No atual momento, o América precisa de uma reviravolta. Algo que seja o marco zero para uma nova esperança e melhorar o clima no ambiente do futebol. Isso só vem com uma vitória no clássico de domingo contra o ABC. E olhe que o rival terminou perdendo para o Globo no primeiro jogo da final do estadual e isso dificulta as coisas, já que Moacir Jr. também não vai querer ter dois tropeços seguidos.

Imaginem vocês, o alvirrubro até esta quinta (17/06), tinha anunciado a sua 12ª contratação recente (o zagueiro Jean Pierre). Imaginem o clima interno entre quem ainda está no elenco desde 2020 ou ainda desde o trabalho de Piza? Deve ser péssimo. Ruim também para quem chega, já que se não apresentar bom futebol e resultado, será igualmente fritado pela falta de paciência de torcida e imprensa.

Nas ENTRELINHAS, Daniel Néri, portuga campeão com Salgueiro e Sampaio Correa, terá que mostrar para que veio. Bem diferente da apatia do último jogo. Porque sem comando, até os craques (tão em falta por aqui) viram bando em campo. E quando mais o tempo passa, menos paciência e ambiente tranquilo terá Néri para implantar seu esquema de jogo.

Pelos anúncios dos últimos dias, se espera uma mudança radical no time titular que enfrenta o ABC.

Por isso que independentemente de ter favorito em clássico, como acreditam alguns, a obrigação de vencer no domingo é muito mais de uma equipe: é do América!