Banco Central confirma reuniões com Moraes e executivos do setor financeiro para tratar das consequências da aplicação da Lei Magnitsky, em meio a investigações sobre o Banco Master. | Foto: Reprodução

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Esclarecimento Após nota de Moraes, BC confirma encontros sobre impactos da Lei Magnitsky

Encontros com Gabriel Galípolo e líderes de bancos abordaram efeitos da lei sobre movimentações financeiras do ministro do STF

por: NOVO Notícias

Publicado 23 de dezembro de 2025 às 14:10

O Banco Central confirmou nesta terça-feira (23) que realizou reuniões com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky em sua esfera financeira. Segundo comunicado oficial, os encontros aconteceram após Moraes afirmar, em nota à imprensa, que se reuniu com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, para discutir as possíveis consequências da lei sobre ele.

Além do encontro com Galípolo, Moraes participou de reuniões individuais com a presidente do Banco do Brasil e com o presidente jurídico do Banco Itaú. Também houve um encontro coletivo com representantes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do BTG e vice-presidentes do Santander e Itaú.

“Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, destacou Moraes na nota.

A divulgação das reuniões ocorre após reportagem do jornal O Globo, confirmada pela CNN Brasil, que apontou supostas tentativas de Moraes de interceder junto ao Banco Central pelo Banco Master em pelo menos quatro ocasiões. O ministro não mencionou o banco em seu comunicado.

O Banco Master esteve envolvido em contratos milionários: o escritório de advocacia da esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, recebeu R$ 129 milhões, com pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027.

Em setembro, o BC barrou a aquisição do Master pelo BRB por falta de documentos que comprovassem a “viabilidade econômico-financeira”. Dois meses depois, em novembro, a autoridade monetária decidiu pela liquidação do banco, citando “grave crise de liquidez” e “graves violações” às normas do sistema financeiro.

O proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso durante a Operação Compliance Zero, conduzida pela Polícia Federal para investigar emissão de títulos de crédito falsos. No fim de novembro, ele teve liberdade concedida pelo TRF e passou a usar tornozeleira eletrônica.

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