Foto: Reprodução
Segundo informações apuradas pelo Novo Notícias junto à diretoria do clube, o entendimento se deu em torno de uma dívida do América que teria permanecido sob a responsabilidade da associação, mas que era de obrigação da SAF
Publicado 10 de setembro de 2025 às 09:24
A ação judicial movida pelo América Futebol Clube contra o Grupo Hipe e a administração da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) não está mais em aberto. Diferente do que voltou a circular nesta semana, o processo é antigo e já foi resolvido. Um acordo firmado entre as partes foi homologado pela Justiça, encerrando o litígio.
Segundo informações apuradas pelo Novo Notícias junto à diretoria do clube, o entendimento se deu em torno de uma dívida do América que teria permanecido sob a responsabilidade da associação, mas que era de obrigação da SAF. O acordo reduziu o débito para 20% do valor original, sendo parte do abatimento realizada por meio de descontos nos aluguéis do Centro de Treinamento. A dívida tinha origem em gestões anteriores, já sob comando informal da SAF, que haviam deixado de cumprir obrigações financeiras.
Desconfiança desde o início
O tema voltou à tona nesta quarta-feira (10), em reportagem do portal 96 FM, que trouxe entrevista do presidente Hermano Moraes. Desde o início, havia desconfiança em relação ao modelo proposto pelo Grupo Hipe: os investimentos prometidos não teriam se concretizado, e suspeitas de desvios marcaram o ambiente.
A ação também relatava movimentações financeiras sem respaldo formal entre abril e setembro de 2023, período em que quase R$ 1 milhão teria circulado entre empresas do grupo e o clube, antes mesmo da formalização da SAF.
O “Caso Peiter”
Um dos episódios mais emblemáticos foi o chamado “Caso Peiter”. Às vésperas da assembleia que aprovou a venda da SAF, o analista da XP Investimentos, Luiz Eduardo Peiter, avaliou o futebol do América em até R$ 42,8 milhões. Poucos dias depois, reduziu o valor para R$ 17,6 milhões, exatamente na véspera da votação.
Posteriormente, foi revelado que Peiter seria acionista da Hipe Participações, o que levantou suspeitas de conflito de interesse. Para dirigentes da época, a manobra permitiu ao grupo assumir 80% da SAF por um valor considerado muito inferior ao real.
Crise e saída de membros
As tratativas em torno do acordo provocaram desgaste interno no grupo. Dirigentes como Pedro Weber e outros membros se afastaram, e a gestão passou a ser conduzida interinamente por Vitor Arteiro.
Com a saída formal de alguns envolvidos, o acordo foi assinado e homologado, encerrando o processo judicial. Fontes do clube destacam, no entanto, que outros atores ainda podem tentar abrir novas ações, embora este caso esteja definitivamente encerrado.
Sem intenção de retomar o futebol
Ao contrário do que voltou a circular, não há qualquer movimento atual da Associação para retomar o controle do departamento de futebol. A prioridade foi resolver a pendência financeira herdada de gestões passadas e estabilizar a relação institucional.
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