Lula discursou na abertura da Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, neste sábado (20). | Foto: Reprodução/Metrópoles

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Diplomacia VÍDEO: Lula diz que presença militar dos EUA “assombra” a região e alerta para risco de guerra na Venezuela

Em discurso na Cúpula do Mercosul, presidente afirma que uma intervenção armada seria uma catástrofe humanitária e defende diálogo para evitar conflito

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de dezembro de 2025 às 15:03

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (20), durante a abertura da 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que a presença militar dos Estados Unidos no entorno da Venezuela “assombra” a América do Sul. Segundo ele, uma eventual intervenção armada no país vizinho teria consequências graves e representaria uma catástrofe humanitária.

O discurso foi feito em Foz do Iguaçu (PR), onde ocorre o encontro dos líderes do bloco. Lula disse que o cenário atual coloca à prova os limites do direito internacional e reacende tensões na região.

Ao comparar o momento com o período da Guerra das Malvinas, há mais de quatro décadas, o presidente alertou para o risco de uma potência de fora do continente atuar militarmente na América do Sul. Para ele, esse tipo de ação cria um precedente perigoso para o mundo.

Embora não tenha citado diretamente os Estados Unidos, a declaração faz referência às recentes movimentações do governo norte-americano em relação à Venezuela. Desde agosto, os EUA intensificaram ações militares na América Latina sob o argumento de combater o tráfico de drogas, incluindo o envio de navios de guerra ao Caribe.

Defesa do diálogo

Lula voltou a defender a via diplomática como alternativa ao confronto. Segundo o presidente, o Brasil tem buscado diálogo para reduzir as tensões e evitar um conflito armado.

No início de dezembro, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e se colocou à disposição para ajudar na mediação de uma negociação com a Venezuela. O presidente brasileiro também manteve contato com o governo de Nicolás Maduro.

De acordo com Lula, o Brasil pode contribuir para uma solução pacífica, desde que haja disposição para o diálogo. Ele afirmou que paciência e vontade política são fundamentais para evitar uma escalada do conflito na região.