CPMI do INSS rejeita convocação de Lulinha após acusação feita à PF. | Foto: Reprodução
A CPMI do INSS rejeitou, nesta quinta-feira (4), a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente Lula. A proposta recebeu 19 votos contrários e 12 favoráveis, após articulação da base governista para impedir o depoimento.
A convocação foi discutida depois da revelação de um depoimento prestado à Polícia Federal, no qual um auxiliar do investigado conhecido como Careca do INSS afirma que Lulinha teria recebido uma mesada de cerca de R$ 300 mil e um pagamento de R$ 25 milhões ligado ao esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas. O filho do presidente ainda não se manifestou.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro e integrante da CPMI, disse que a tentativa de convocação tinha como objetivo “desviar o foco da investigação”. Ele afirmou ainda que pretende acionar judicialmente parlamentares que relacionarem Lulinha ao suposto esquema.
A oposição, porém, reagiu. O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) defendeu a convocação e afirmou que há relatos de bastidores que citam o nome de Lulinha e de Frei Chico, irmão do presidente, como supostos intermediários. Moro também mencionou que o governo estaria tentando evitar que as apurações avancem em direção ao filho do presidente.
O depoimento que levou à tentativa de convocação foi revelado pelo Poder360 e confirmado por outras publicações. Nele, Edson Claro, apontado como auxiliar do Careca do INSS, diz que o operador pagava uma mesada a Lulinha e que teria feito uma transferência de R$ 25 milhões. O depoente não detalhou a moeda utilizada nem circunstâncias da suposta operação.
Parlamentares governistas contestaram a credibilidade de Edson Claro, mas também votaram contra sua convocação.
A coluna que revelou o caso também informou que Lulinha se mudou para Madri, na Espanha, e não pretende retornar ao Brasil antes do fim do governo do pai. Integrantes da oposição agora querem esclarecer se a mudança estaria relacionada às investigações ou ao avanço das discussões sobre a criação da CPMI.
O nome de Fábio Luís já apareceu em outras controvérsias. No primeiro mandato de Lula, Lulinha foi citado no episódio que envolveu investimentos milionários da operadora Oi na Gamecorp, empresa da qual era sócio. À época, o presidente chegou a chamá-lo de “Ronaldinho dos negócios”, em referência ao sucesso do jogador Ronaldo Fenômeno.
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