Maduro reforça proteção pessoal e muda rotina enquanto cresce a tensão com os EUA. | Foto: Jesus Vargas/Getty Images via CNN Newsource
O ditador venezuelano Nicolás Maduro tem adotado mudanças constantes na rotina e reforçado sua segurança pessoal desde setembro. Ele estaria trocando de telefone com frequência e variando os locais onde dorme para tentar evitar possíveis ações militares dos Estados Unidos, segundo revelou o jornal americano The New York Times, que ouviu fontes próximas ao regime.
A preocupação aumentou após o governo de Washington elevar o tom contra Caracas. De acordo com a reportagem, Cuba passou a ter papel ainda mais central na proteção de Maduro. Guardas e oficiais cubanos de contraespionagem foram integrados à segurança presidencial e às Forças Armadas da Venezuela.
Fontes consultadas pelo NYT afirmam que o núcleo mais próximo de Maduro vive um clima crescente de tensão. Apesar disso, o ditador demonstra confiança nos bastidores de que conseguirá manter o controle político do país.
Em público, Maduro tenta transmitir normalidade. Ele declarou recentemente que a Venezuela “não será derrotada” e pediu que não haja conflito. Nas redes sociais, publicou vídeos dirigindo pelas ruas de Caracas ao lado de apoiadores, em tom descontraído.
A escalada também envolve o presidente dos Estados Unidos. Donald Trump confirmou, no domingo (30), ter conversado por telefone com Maduro, mas se recusou a revelar o conteúdo da chamada. Na semana passada, o NYT já havia informado sobre essa comunicação.
No sábado (29), Trump afirmou nas redes sociais que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser considerado “totalmente fechado”, ampliando a pressão política e militar sobre o país.
Washington acusa Maduro de liderar o chamado Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista estrangeira. A designação permite impor sanções adicionais relacionadas ao terrorismo. O governo venezuelano rejeitou a acusação e chamou o plano americano de “ridículo”.
Especialistas ouvidos pelo jornal norte-americano destacam que a classificação do grupo não autoriza automaticamente o uso de força letal, mas abre caminho para opções militares ampliadas. O Cartel de los Soles é descrito por analistas como uma rede descentralizada de militares venezuelanos envolvidos com o tráfico de drogas — algo que o regime nega repetidamente.
Maduro também nega ter qualquer relação com atividades ilícitas e insiste que o cartel, como descrito pelos EUA, “não existe”.
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