Luiz Filippe Muniz é CEO da Travus Capital e consultor em alavancagem patrimonial e gestão financeira estratégica. Foto: Cedida
A liquidação extrajudicial do Banco Master pegou muitos investidores de surpresa e, como sempre acontece nesses momentos, as dúvidas se espalham mais rápido do que as respostas. A pergunta
que mais tenho recebido nas últimas horas é simples e direta: “vou receber meu dinheiro?”
A resposta exige clareza, responsabilidade e visão realista sobre o Sistema Financeiro Nacional e é
exatamente isso que este artigo pretende entregar.
Primeiro ponto: o FGC não é dinheiro sem fim!
Muita gente associa automaticamente a sigla FGC (Fundo Garantidor de Créditos) à ideia de “garantia total”. Mas essa interpretação é equivocada. Entenda abaixo:
O FGC tem regras, limites e, sobretudo, um orçamento finito.
As regras são:
Agora, o dado mais importante:
Ou seja: um único banco pequeno consome metade da capacidade do Fundo. Isso revela algo que poucos têm coragem de dizer: O FGC não foi feito para cobrir uma sequência de grandes quebras, e não tem caixa ilimitado.
Se uma segunda instituição quebrar dentro dos próximos quatro anos, o impacto pode ser significativo, e a capacidade de pagamento, comprometida.
Segundo ponto: risco sempre existiu (e estava no papel). É comum ouvir agora: “Mas eu não sabia que tinha risco. Era renda fixa!”
Aqui está a verdade:
Portanto, não é honesto culpar o mercado. O risco estava lá. O aviso estava lá. A classificação estava lá. Renda fixa não é sinônimo de “risco zero”. Ela só significa “previsibilidade de fluxo”, desde que o emissor exista e consiga liquidar o pagamento para o investidor.
O que aprender com a quebra do Banco Master? Crises bancárias são dolorosas, mas também são professoras eficientes.
Aqui estão as lições mais valiosas, vamos aprender:
2. Consulte sempre o rating de crédito.
Não importe o nome da instituição, o tamanho da marca ou a taxa oferecida.
Rating ruim = risco elevado.
E taxa alta não é “oportunidade”, é compensação por risco.
3. Diversifique — sempre.
Nenhuma pessoa deve ter uma fatia relevante do patrimônio em um único banco, especialmente
em bancos médios.
Diversificar é a primeira linha de defesa do patrimônio.
4. Entenda antes de investir
Investir é um dos caminhos mais libertadores da vida.
Mas libertação exige consciência.
A regra é simples: Se você não entende o risco, você não está investindo, está apostando.
Conclusão: a confiança no sistema não pode ser ingênua. O Sistema Financeiro Nacional é robusto, mas não é infalível. O FGC é importante, mas não é infinito.
E a segurança dos seus investimentos depende muito mais de conhecimento, análise e prudência
do que de promessas de garantia.
Investir continua sendo uma das ferramentas mais poderosas para construir patrimônio.
Mas, como tudo que gera liberdade, exige:
No fim das contas, o investidor que entende é o investidor que sobrevive a esses ciclos.
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