Blitz da Lei Seca flagra moto com débitos acumulados há quase uma década no RN. | Foto: Reprodução
Uma motocicleta com 164 multas acumuladas e mais de R$ 46 mil em débitos foi apreendida durante as operações da Lei Seca realizadas no fim de semana no RN. Segundo os agentes, a moto estava sem licenciamento desde 2016 e somava exatamente R$ 46.181,67 em pendências no sistema do Detran. O veículo foi removido imediatamente para o pátio do órgão.
O condutor, que não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH), também foi autuado por dirigir sem habilitação e por se recusar a realizar o teste do etilômetro.
Ao todo, as blitze abordaram 830 veículos no fim de semana. As equipes lavraram 25 autos de infração relacionados à Lei Seca — que prevê multa gravíssima multiplicada por dez e pode resultar na suspensão ou cassação do direito de dirigir. Outras 21 infrações diversas ao Código de Trânsito Brasileiro foram registradas, totalizando 46 autuações.
Apesar de o caso envolver um motorista sem habilitação, especialistas explicam por que condutores habilitados conseguem acumular dezenas ou até centenas de infrações sem terem o direito de dirigir suspenso de imediato.
O professor de legislação de trânsito Emerson Melo afirma que isso ocorre devido ao tempo e às etapas do processo administrativo que leva à suspensão da CNH. Segundo ele, o Detran tem até cinco anos para instaurar o procedimento, mesmo quando há diversas multas registradas.
“Há um trâmite obrigatório para que a pontuação seja aplicada na carteira, incluindo a defesa prévia. Só depois disso o processo segue para decisão”, explica.
Quando o processo é aberto, há mais cinco anos de prazo para a execução da penalidade. Ou seja: o motorista pode continuar dirigindo por um longo período, mesmo somando infrações.
“Esses prazos estão previstos na resolução 723/2018 do Contran. Chamamos de prescrição punitiva o prazo de cinco anos para iniciar o processo, e de prescrição executória os cinco anos após a abertura para aplicar a penalidade”, detalha o professor.
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