A nova definição considera febre a temperatura igual ou maior a 37,5°C quando medida na axila. Anteriormente, o marco utilizado pela entidade era de 37,8°C
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mudou a classificação de febre em crianças. A nova definição considera febre a temperatura igual ou maior a 37,5°C quando medida na axila. Anteriormente, o marco utilizado pela entidade era de 37,8°C.
A atualização consta no documento científico “Abordagem da Febre Aguda em Pediatria”, publicado este ano pela SBP.
Segundo especialistas, a alteração tem como principal finalidade a padronização para estudos clínicos. A SBP alerta que a nova marcação não deve ser usada como critério isolado para medicar a criança ou levá-la a um serviço de emergência.
A febre é o principal motivo para a grande maioria dos atendimentos pediátricos no Brasil, de acordo com dados compilados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A entidade aponta que o sintoma é a queixa central em 20% a 30% das consultas de rotina, em aproximadamente 65% das visitas a serviços de emergência e em 75% dos contatos remotos, como telefonemas e mensagens de WhatsApp, feitos a pediatras.
A medida também visa combater a “febrefobia”, que é o medo excessivo dos pais em relação à febre, o que pode levar a consultas e intervenções desnecessárias.
O principal objetivo da mudança, segundo a médica pediatra Sanzia Davim, é padronizar a definição e, com isso, não estabelecer um “gatilho” para medicar.
A médica reforça que a nova diretriz busca combater a “febrefobia”, definida por ela como “uma ansiedade e medo excessivo dos pais em relação à febre”.
“A febre inicial é um sinal de defesa, de que o organismo está se defendendo de alguma infecção, e não uma doença já instalada. E não necessariamente essa “temperatura” tem que ser logo medicada, o que pode prejudicar o próprio organismo”, explicou a pediatra.
Segundo a pediatra, os pais devem observar os sinais de desconforto e a alterações bruscas no estado geral da criança. A ida a um hospital é recomendada quando, além da febre, a criança apresentar sintomas que indicam a necessidade de atenção, como apatia, sonolência, irritabilidade e choro persistente. Dificuldade para respirar, dor de cabeça e vômitos também são sinais de alerta.
Outros sinais de alerta são vômito, diarreia, tosse, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rigidez no pescoço ou manchas vermelhas pelo corpo.
Em relação à convulsão febril, um dos maiores receios dos pais, a pediatra esclarece que a febre alta, por si só, não causa a convulsão. Uma criança pode ter 39°C e não convulsionar. A orientação da SBP é medicar apenas se a febre vier acompanhada de outros sintomas, ou se for alta e persistente. “Mesmo que a criança esteja com febre de 38,5ºC, mas esteja brincando e ativa, não precisa ser medicada. Mas, se ficar ‘molinha’, sonolenta ou apresentar outro sintoma, é que deve ser medicada”, reforça.
A SBP orienta que o uso de medicamentos antitérmicos em crianças deve ocorrer apenas quando a febre está associada a um desconforto evidente, como choro intenso e irritabilidade. Segundo um documento, os fármacos recomendados são o paracetamol, a dipirona e o ibuprofeno.
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