Geraldo Pinho, secretário municipal de Saúde - Foto: Jaqueilton Gomes/NOVO Notícias
Médicos especialistas que prestam serviços de alta e média complexidade à Prefeitura de Natal suspenderam, desde a última segunda-feira (13), a realização de cirurgias eletivas, procedimentos e consultas médicas. A categoria, composta por cerca de 120 profissionais, alega a ausência de um contrato formal com o município desde o dia 1º de setembro.
A paralisação, que afeta diversas especialidades como oncologia, neurocirurgia, mastologia, urologia e cirurgia cardíaca, representa o cancelamento de aproximadamente 90 cirurgias diárias e centenas de atendimentos ambulatoriais. Os procedimentos suspensos são realizados em hospitais conveniados, como a Liga Contra o Câncer, o Hospital do Coração, o Hospital Rio Grande e o Hospital Varela Santiago.
O secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, afirmou que a gestão foi pega de surpresa com a paralisação e que não houve comunicação oficial por parte dos profissionais. “Não fomos informados oficialmente em nenhum momento, ficando sabendo de forma informal. Hoje eu mandei um ofício para toda a rede contratualizada, querendo saber de fato quem paralisou, até quando vão paralisar e, principalmente, quais são os procedimentos e pacientes afetados”, disse o secretário em entrevista.
Em nota divulgada à população, os médicos afirmam estar sem vínculo contratual e que a solução proposta pela secretaria, de efetuar o pagamento via hospitais, não se concretizou. Segundo eles, os atendimentos foram mantidos desde o início de setembro com base em uma promessa da prefeitura de firmar novos contratos diretos com as instituições onde atuam, o que não teria acontecido.
O secretário Geraldo Pinho, por sua vez, ressaltou que a situação de falta de contrato formal com a cooperativa médica que representava os profissionais não é recente. “Sem contrato já está desde 2023. A antiga prestadora de serviços já atuava há mais de dois anos sem segurança jurídica”, explicou. Ele lembrou que o município abriu recentemente um processo emergencial de contratação para regularizar a situação.
A prefeitura informou que pretende remanejar os atendimentos, especialmente os de pacientes oncológicos, para que não fiquem desassistidos durante a paralisação. Segundo o médico Jader Gonçalves, chefe do setor de mastologia da Liga Contra o Câncer, as negociações com a prefeitura se arrastavam há 40 dias, mas foram encerradas após um “retrocesso” nas tratativas.
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