Presidente Donald Trump - Foto: Andrea Hanks/TWH
Uma pesquisa realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados revelou as visões antagônicas de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação aos Estados Unidos e à China
Publicado 15 de setembro de 2025 às 14:30
Uma pesquisa realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados revelou as visões antagônicas de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação aos Estados Unidos e à China. O levantamento, que entrevistou 2.005 pessoas em todo o Brasil entre os dias 10 e 16 de agosto, expôs uma profunda polarização que vai além da política interna.
No que diz respeito à imagem dos países, 72% dos bolsonaristas avaliam os EUA de forma positiva, enquanto 61% dos lulistas têm uma visão negativa. A lógica se inverte completamente quando o tema é a China: 51% dos eleitores de Lula aprovam a imagem do país asiático, enquanto 49% dos bolsonaristas a reprovam. Segundo Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, a pesquisa demonstra uma clivagem maciça no pensamento, com uma separação que atinge mais de 40 pontos percentuais em algumas questões.
Essa divergência se estende à política internacional. Questionados sobre a moeda a ser utilizada no comércio global, 65% dos bolsonaristas defendem a manutenção do dólar, enquanto 58% dos lulistas sugerem a busca por alternativas. A aproximação diplomática também divide os grupos: 74% dos bolsonaristas preferem estreitar relações com os EUA, enquanto 58% dos lulistas optam pela China. O bloco econômico dos BRICS também é um ponto de discórdia, com 55% dos lulistas defendendo o bloco e o eleitorado de Bolsonaro dividido (44% defendem o distanciamento e 42% a aproximação).
A percepção sobre os valores promovidos por cada potência também é distinta. Para 63% dos eleitores de Bolsonaro, são os EUA que mais promovem igualdade e justiça social, enquanto 45% dos lulistas atribuem esse papel à China. Na pauta ambiental, 53% dos bolsonaristas acreditam que a China é mais prejudicial ao meio ambiente, enquanto 49% dos lulistas apontam os EUA como o maior vilão.
Da mesma forma, há consenso de que os Estados Unidos são mais avançados na corrida espacial, são o melhor país para se morar e promovem mais guerras do que a China. Os dois grupos também concordam que o regime político dos EUA é mais democrático que o chinês e que os americanos possuem maior influência política global.
Os dois polos políticos também se uniram em alguns pontos que favorecem os Estados Unidos. Ambos avaliam o país como mais avançado na corrida espacial, embora os bolsonaristas tenham maior folga (EUA – 69% a China – 20%) do que no lado petista (53% a 20%). É em solo americano que os lados acreditam ser o melhor país para morar. A preferência dos bolsonaristas é de 81% a 11%, enquanto do lado lulista seja mais acirrado (47% a 34%).
Os lados também concordam que os Estados Unidos promovem mais guerras do que a China. Todavia, a margem do campo lulista é maior (EUA – 73% a China – 16%) do que na ala bolsonarista (57% a 27%). O maior equilíbrio vem quanto à avaliação sobre o autoritarismo dos americanos. O grupo pró-Lula é majoritariamente em cima desta tese (55% a 30%), enquanto há certa divisão no campo bolsonarista, onde prevaleceu uma maioria de 49% a 45%.
Por fim, lulistas e bolsonaristas concordam que o regime político dos Estados Unidos é mais democrático em relação ao da China. Nesta tese, os bolsonaristas apresentaram 69% a favor dos americanos e 19% dos chineses. Embora mais dividida, a tese também prevaleceu no universo lulista, com 53% a 30%. E a pergunta com mais aproximação foi sobre o país com a maior influência política. Os Estados Unidos venceram por 80% a 12% no âmbito dos eleitores de Bolsonaro e 66% a 23% entre aqueles que optaram por Lula.
A Nexus entrevistou 2.005 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre os dias 10 e 16 de agosto. A margem de erro da amostra é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
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