Geraldo Pinho, secretário municipal de Saúde - Foto: Jaqueilton Gomes/NOVO Notícias
O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, afirmou nesta terça-feira (2) que apresentará uma denúncia ao Ministério Público contra o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed). Ele atribuiu a ausência de médicos em unidades de pronto-atendimento a um movimento que, segundo ele, foi orquestrado pelo sindicato no mesmo dia em que começou a vigorar um novo contrato emergencial para a prestação de serviços médicos.
Segundo o secretário, médicos estão sendo coagidos para não trabalharem para as novas empresas que assumiram o serviço. Ele informou que uma notícia de fato será apresentada ao Ministério Público com as provas adequadas, incluindo “prints, conversas, tentativas de coação com os médicos”, com o objetivo de dar segurança ao profissional para que ele trabalhe na empresa que quiser.
A greve na saúde municipal de Natal, deflagrada nesta terça-feira pelo Sinmed, está causando transtornos para os usuários do SUS na capital. Pacientes enfrentam filas, demora e superlotação em diversas unidades de saúde. Na UBS do Alecrim, a lentidão para marcar exames e consultas gerou longas filas, enquanto na UBS São João, no Tirol, a principal queixa foi a falta de profissionais. O cenário mais crítico foi registrado na UPA da Cidade da Esperança, onde a presença de apenas um pediatra durante a manhã resultou em superlotação.
O secretário explicou que o movimento coincidiu com o encerramento do vínculo da Coopmed-RN, cooperativa que prestava serviços ao município desde junho de 2023 sem um contrato formal. Ele afirmou que a transição para as novas empresas vencedoras do certame, a Justiz e a Proseg, foi dificultada pela paralisação. “O que complicou foi esse movimento deliberado, no mesmo dia que se inicia a transição, vir o movimento orquestrado desse, para tentar desestabilizar as empresas vencedoras”, pontuou.
O novo contrato emergencial firmado pela Prefeitura tem validade de 12 meses, com um valor de R$ 208 milhões que serão pagos por produção. O acordo inclui novos procedimentos, como consultas de neurocirurgia.
Em nota, o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN) criticou a Prefeitura de Natal por manter contratos precários e descumprir a nova Lei de Licitações, afirmando que tais práticas comprometem a qualidade da saúde pública.
Coopmed-RN rebate declarações do secretário de Saúde
A Coopmed-RN rebate as acusações feitas pelo secretário municipal de Saúde de Natal durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (2). Em 19 anos de atuação, a cooperativa nunca deixou escalas descobertas na rede pública de saúde do município, mesmo diante de atrasos recorrentes nos pagamentos.
Em períodos sem licitação, a Coopmed-RN prestou os serviços de forma indenizatória, garantindo a continuidade da assistência. Atualmente, mesmo com seis meses de atraso nos repasses, a cooperativa seguia trabalhando e sem deixar a Secretaria Municipal de Saúde desassistida. Ressaltamos que a inexistência de contrato não é responsabilidade da sociedade, da cooperativa ou das empresas, mas sim uma falha exclusiva da gestão, que detém a obrigação legal pelas contratações.
A Coopmed-RN sempre atuou dentro da legalidade e oferece serviços de excelência em alta e média complexidade, além da cobertura de plantões médicos em diversas especialidades, como pediatria e obstetrícia.
Desde março de 2025, a SMS mantém pagamentos em abertos, mesmo diante das tentativas constantes da Cooperativa de dialogar para regularizar a situação e assegurar a continuidade dos serviços.
Diante disso, solicitamos ao secretário que encaminhe aos órgãos de controle competentes as supostas “lacunas” citadas em sua fala.
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