Os presos são apontados como integrantes do núcleo do grupo que planejava cometer o homicídio “de forma brutal”, com a intenção de lucrar com a transmissão online

Cotidiano

Internet Polícia do Rio de Janeiro impede assassinato de morador de rua que seria transmitido ao vivo

Crime seria cometido por jovens ligados a grupo extremista que atuava na internet e promovia discursos de ódio

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de abril de 2025 às 14:56

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça e Segurança Pública realizaram na manhã deste domingo (20) uma operação para impedir o assassinato de um morador de rua, que seria cometido e transmitido ao vivo pela internet. Três homens foram presos nas zonas norte e oeste da capital fluminense.

Segundo as autoridades, os suspeitos integram uma organização criminosa que usava a plataforma Discord para promover atos de violência, incitação ao crime e discursos de ódio. A operação foi conduzida por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) e da 19ª Delegacia de Polícia, com apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça.

Os presos são apontados como integrantes do núcleo do grupo que planejava cometer o homicídio “de forma brutal”, com a intenção de lucrar com a transmissão online.

De acordo com a Polícia Civil, o grupo promovia ainda conteúdos envolvendo maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação ao crime, principalmente contra negros, mulheres e adolescentes.

O Ministério da Justiça informou que os investigados também usavam simbologias extremistas e discursos de radicalismo religioso. Um dos suspeitos se apresentava publicamente como ativista ambiental e chegou a participar de eventos internacionais.

A operação recebeu o nome de Desfaçatez, em referência à aparente contradição entre a imagem pública dos envolvidos e as ações promovidas em ambientes digitais.

Entenda as acusações, segundo a investigação:

  • Kayke Sant Anna Franco: acusado de maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro, pichação, incitação ao crime e corrupção de menores. Ele teria planejado o assassinato de um homem em situação de rua, programado para ser transmitido ao vivo neste domingo (20).
  • Caio Nicholas Augusto Coelho: envolvido em maus-tratos a animais, racismo, corrupção de menores, incitação ao crime e associação criminosa. Caio teria incitado a prática de crimes contra moradores de rua e participado ativamente de eventos de tortura.
  • Bruce Vaz de Oliveira: proprietário do servidor onde os crimes eram realizados, acusado de maus-tratos a animais, corrupção de menores, incitação ao crime e associação criminosa. Ele teria liderado eventos de tortura e morte de animais, incitando outros membros a participarem.
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